14 Junho 2017
Na América Latina, registra-se a maior taxa de homicídios de crianças no mundo. Save the Children: "um em cada três ocorre nesta região".
A reportagem é de Silvia Pizio, publicada por Tierras de América, 13-06-2017. A tradução é de Henrique Denis Lucas.
A América Latina e o Caribe são as regiões do mundo com a maior taxa de homicídios de crianças. Quem documenta isto é o novo relatório Save the Children, uma ONG com sede em Londres, intitulada "Em dívida com a infância". Os números do documento produzem calafrios. Nesta região, os homicídios infantis atingem 12,6 a cada 100 mil habitantes, quatro vezes maior que a média mundial de cerca de 3,0 a cada 100 mil habitantes. O que significa dizer que uma criança tem aqui 2,5 vezes mais probabilidades de ser morta do que um contemporâneo seu que viva em qualquer outro lugar do planeta. No mundo todo, um em cada três homicídios de crianças é consumado na América Latina. Em uma análise mais detalhada, Honduras, Venezuela, El Salvador e Colômbia são os países mais mortais para as crianças, a nível mundial.
Violência, gravidez na adolescência e desigualdade social e econômica são as principais causas que segundo a ONG britânica impedem milhões de crianças na América Latina e no Caribe de desfrutarem plenamente a sua infância. A pesquisa Save the Children evidencia que a taxa de natalidade entre as adolescentes nesta parte do hemisfério é a segunda maior depois da África; uma em cada treze adolescentes com idade entre 15 e 19 anos já é mãe. República Dominicana, Nicarágua, Guiana e Guatemala são os países com a maior taxa de maternidade precoce. Um em cada dez adolescentes entre 15 e 19 anos são casadas ou vivem junto com seus parceiros.
O estudo do Save the Children também se refere aos casos de crianças com atrasos no seu crescimento, que são 6 milhões na faixa etária faixa compreendida entre os 0 e 4 anos de idade, e crianças que não frequentam a escola, que são 14 milhões, 10% do total.
Uma seção do relatório refere-se aos progressos que tem sido registrados na região - América Latina e o Caribe - em termos de frequência na escola primária, o que mostra um aumento de 87% em 1990 até os 94% de 2015. Também se reduziu a taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos para 69%, durante o mesmo período. O relatório também aponta os países latino-americanos mais virtuosos: Chile, Costa Rica, Argentina e Cuba.
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América Latina não é um continente para crianças - Instituto Humanitas Unisinos - IHU