26 Setembro 2016
O Arcebispo de Canterbury Justin Welby disse que a idade de ouro vitoriana, dos valores da família tradicional, é um “mito”.
A reportagem é de James Macintyre, publicada por Christian Today, 23-09-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Justin Welby afirmou que as novas estruturas familiares, incluindo uniões homoafetivas, são agora uma realidade “concordemos ou não” em um sermão que qualificou a idade de ouro vitoriana dos valores tradicionais como um “mito”.
Discursando a representantes da União das Mães (Mothers’ Union – MU) de todo o mundo numa celebração especial na Catedral de Winchester para marcar o 140º aniversário da organização, Welby saudou o objetivo da MU de “apoiar a vida em família” numa época de rápidas transformações sociais.
No entanto, falou que o “mito” dos valores vitorianos estáveis era “apenas isto: mitologia”, segundo reportagem publicada no jornal The Daily Telegraph.
O arcebispo elogiou Mary Sumner, esposa do reitor da catedral que, em 1876, fundou a UM – um grupo majoritariamente anglicano que atualmente conta com mais de quatro milhões de membros em 83 países.
“A vida em família em tempos vitorianos existia sob grande pressão, especialmente nas regiões mais pobres do país”, disse. “Mary Sumner agiu não só tendo em vista melhoria de sua própria família, mas também de um país que se encontrava em situação terrível, onde as crianças não eram alimentadas, as mulheres corriam riscos, os lares não eram estáveis e a Igreja não fazia muita coisa a respeito a não ser pregar”.
Welby, quem recentemente soube que o seu pai, alcoólico, não era o pai biológico, e cujos pais se divorciaram quando ele era jovem, prestou tributo à importância da família com sua própria vida. “Sei, por experiência própria, que não há outro lugar aonde eu possa levar os meus problemas de forma tão segura senão a mesa de jantar em família”, disse.
Welby falou que mudar “nem sempre é ruim”, porém acrescentou que muitas instituições e igrejas foram abandonadas “ao viverem em uma cultura que elas não começaram a aceitar ainda”.
E completou: “Não é nem mais nem menos desafiador ter famílias sólidas no século XXI do que o foi para Mary Sumner, e a necessidade de confiar em Deus é a mesma”.
Welby argumentou contrariamente ao matrimônio entre pessoas do mesmo sexo na Câmara dos Lordes, tendo em geral embarcado numa “jornada” em torno da questão da homossexualidade e a igreja. No mês passado, contou aos presentes num festival cristãos em Greenbelt, Inglaterra, que ele era “constantemente consumido pelo horror” com o qual a igreja havia tratado as pessoas gays.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Justin Welby: Uniões gays são “uma realidade. Concordemos ou não” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU