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Brasil. La tribu del “águila arpía” y sus vecinos no contactados se enfrentan a la aniquilación

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28 Outubro 2016

En la Amazonia brasileña una multitud de terratenientes agroganaderos y otros colonos están invadiendo el territorio del pueblo indígena uru eu wau wau, recientemente contactado. “La peor invasión en décadas”, como se la describe en la región, cuenta con el apoyo de políticos locales y podría exterminar a indígenas aislados que también viven en las proximidades.

El reportaje es publicado por Survival, 26-10-2016.

A los indígenas uru eu wau waus se les conoce como el pueblo del “águila arpía” por su tradición de utilizar las enormes plumas del ave para hacer flechas de caza y tocados. Llaman jurureis a sus vecinos aislados, que significa “valientes”.

Sabemos muy poco acerca de los pueblos indígenas aislados, pero sí sabemos que poblaciones enteras están siendo exterminadas por la violencia genocida que ejercen los foráneos que les arrebatan sus tierras y recursos, y por enfermedades como la gripe y el sarampión frente a las que no tienen inmunidad. La tribu uru eu wau wau resultó diezmada tras el primer contacto en los años 80.

El gobierno estatal de Rondônia desarrolla un esquema de colonización de larga durabilidad cerca del territorio de la tribu. Ahora los colonos se están adentrando en él, a pesar de que parte es un parque nacional y de que tres grupos de indígenas aislados viven en su interior. Propietarios y políticos de la zona promueven actualmente una nueva oleada de invasiones.

Imágenes aéreas muestran que vastas extensiones del territorio de la tribu están siendo quemadas por los colonos para clarear la zona. Además de ser el hogar de varios pueblos indígenas, la región también alberga una variedad única de pinos amazónicos, así como un paisaje distintivo de cascadas, cuevas y mesetas. Especies en peligro de extinción como la zarigüeya lanuda de hombros negros, el armadillo gigante o el paujil tuberoso dependen de estos entornos para sobrevivir.

Miembros de la tribu escribieron a la policía federal de Rondônia el pasado 8 de agosto, pero las autoridades todavía tienen que actuar. En la carta, los indígenas expresaban: “Estamos muy preocupados porque las invasiones están próximas a nuestras aldeas y ponen en peligro las vidas de mujeres, ancianos, niños y hombres (…) La situación es gravísima y necesitamos la urgente retirada de los invasores, antes de que se produzca la muerte de indígenas o invasores en una confrontación dentro del territorio indígena”.

La tribu uru eu wau wau fue contactada por agentes gubernamentales en 1981. La política oficial de aquella época consistía en contactar forzosamente a pueblos indígenas aislados. Esto ocasionó que se les expusiera a enfermedades infecciosas frente a las que no tenían inmunidad.

Aunque los derechos territoriales de la tribu fueron reconocidos oficialmente en 1991, a los activistas les preocupa que no se esté haciendo lo suficiente para proteger su increíblemente biodiversa tierra ancestral. Los pueblos indígenas aislados son los más vulnerables del planeta y se enfrentan a una catástrofe a menos que sus derechos territoriales sean respetados.

En opinión de Stephen Corry, director de Survival International: “El robo de tierras es el mayor problema al que se enfrentan los pueblos indígenas. Por todo el mundo las sociedades industrializadas están robando tierras indígenas en busca de beneficios económicos. Esto es una continuación de la invasión y el genocidio que caracterizaron las colonizaciones europeas de América y Australia. El derecho de los pueblos indígenas a su tierra está consagrado en la legislación brasileña y en el derecho internacional, y debe respetarse o se producirán devastadoras consecuencias humanitarias”.

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