Produto Interno Bruto do Vale do Sinos apresentou crescimento nominal de 5,92% de 2013 a 2014, com redução de 10,91% em Canoas. Economia da região representa 11,73% da do estado e é fortemente afetada pelo setor de serviços, que detém 72,35% do valor adicionado frente a 27,34% da indústria e 0,31% da agropecuária. PIB per capita da região mantém-se menor que o do estado.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados da Fundação de Economia e Estatística – FEE sobre o Produto Interno Bruto – PIB nos territórios do Vale do Sinos em 2014.
O PIB consiste, conforme metodologia adotada pelo Sistema de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, na soma dos agregados: impostos sobre produtos, valor adicionado a preços básicos, consumo pessoal, consumo do governo, formação bruta de capital fixo, variação de estoques, exportações e importações de bens e serviços.
A FEE publicou nota sobre os resultados do PIB para os municípios gaúchos em 2014. Destacou a participação dos serviços no valor agregado e apresentou São Leopoldo entre as 10 maiores economias do estado junto a Canoas e Novo Hamburgo. Em 2013, São Leopoldo era a 11ª maior economia estadual.
A tabela 01 apresenta o Produto Interno Bruto nos territórios do Vale do Sinos em 2014. Em relação a 2013, o PIB nominal da região cresceu 5,92% frente a crescimento de 7,7% do estado, ou seja, perdeu participação no PIB estadual. Este aumento não ocorre no PIB real, uma vez que o aumento dos preços foi superior ao aumento nominal do PIB no estado.
A participação do Vale do Sinos no PIB estadual é de 11,73%, sendo Canoas o município com maior participação: 2,79%. Este município também foi o único na região que apresentou redução nominal do PIB de 2013 a 2014, -10,91%. Ainda assim, mantém-se como o quarto maior PIB do estado.
Novo Hamburgo detém o 6º maior PIB estadual e São Leopoldo o 9º. Desta forma 3 municípios da região encontram-se entre as 10 maiores economias do estado. A região possui ainda 9 municípios dentre as 50 maiores economias.
O maior crescimento percentual do PIB no período deu-se em Araricá, com variação nominal de 24,18%, muito acima do crescimento da região, de apenas 5,92%. Ainda assim, o município representa apenas 0,04% do PIB estadual e 0,36% do da região.
A tabela 02 apresenta o Produto Interno Bruto per capita nos territórios do Vale do Sinos em 2014. O resultado da região ficou em 30.826 reais, abaixo do estado, que foi de R$31.927.
Em relação ao PIB per capita, apenas 1 município está entre as 50 maiores economias per capita: Dois Irmãos. O PIB per capita do município chegou a R$ 50.093 em 2014. Tal resultado pontua que a cada 1 unidade monetária gerada por trabalhador no estado, Dois Irmãos gera 1,57 unidades monetárias por trabalhador.
Os resultados apontam que metade dos municípios da região tem resultados superiores aos do estado. Em Nova Santa Rita a renda per capita de R$ 42.779 faz com que cada pessoa receba 34% a mais que a média do estado.
A tabela 03 apresenta a estrutura do valor adicionado bruto nos territórios do Vale do Sinos em 2014, subdividida em agropecuária, indústria e serviços. Assim como no estado, o setor de serviços representa a maior parte do valor adicionado, sendo 72,35% na região e 58,3% no estado. Este setor foi responsável pela maior parte do valor adicionado em 13 dos 14 municípios da região.
A exceção ocorre em Nova Hartz, município onde a indústria representa o maior valor adicionado, 57,13%.
Já a baixa participação da agropecuária é fator frequente em todos os municípios, sendo Portão o município onde este setor detém o maior valor adicionado percentual, 3,31%. No estado, dos 497 municípios, apenas 111 detêm a agropecuária como principal valor agregado.
Em Canoas, o setor de serviços representou, em 2014, 89,97% do valor adicionado bruto, o maior percentual da região. Conhecido como município dormitório, ou seja, município no qual o deslocamento externo para trabalho é intenso, a participação da indústria foi de apenas 9,97%.
O crescimento nominal de 5,92% na região foi menor que o do Brasil, de 8,39%. Já para 2016, uma das previsões, a do Banco Central, aponta redução para o PIB brasileiro de 4%, maior que a redução de 3,847% de 2015.
Por Matheus Nienow e Marilene Maia