O mercado formal de trabalho brasileiro registrou saldo negativo de 115.599 postos de trabalho com carteira assinada no mês de maio de 2015. No mesmo período houve decréscimo de emprego formal no estado do Rio Grande do Sul e na Região Metropolitana de Porto Alegre. A sistematização e apresentação destes dados para estes territórios compõem a “Carta do mercado de trabalho” produzida pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas.
O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, monitora mensalmente a variação dos postos de emprego e desemprego em cada município e na região do Vale do Sinos a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE.
A tabela 01 apresenta a movimentação do mercado de trabalho no Vale do Sinos pelos setores adotados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Observa-se que o mês de maio registrou saldo negativo de 1.958 postos de trabalho.
Em maio de 2015, houve 13.519 admitidos na região, frente a 15.477 desligamentos, o que gerou um saldo negativo de 1.958 postos. Em maio de 2014, o saldo negativo foi ainda maior, atingindo 2.300 postos.
Com o resultado negativo de maio, o acumulado do ano de 2015 voltou a ser negativo, com perda de 166 postos de trabalho. Já o saldo nos últimos 12 meses passou para 12.070 desligamentos a mais que admissões.
Destaca-se ainda, que o Setor da Indústria da transformação apresentou o pior resultado em maio, com redução de 1.188 postos. Outros 4 setores também obtiveram saldos negativos no mês, frente a avanços dos Setores da Extrativa Mineral, da Administração Pública e da Agropecuária, extração vegetal, caça e pesca, com saldos positivos que não passaram de 12, caso do último setor citado.
Por outro lado, no acumulado de 2015, o Setor da Indústria de transformação apresenta o melhor saldo, com criação de 785 postos, frente ao saldo negativo do Setor do Comércio com perda de 1.118 postos.
A tabela 02 apresenta a movimentação no mercado de trabalho no Vale do Sinos. Nota-se que, no mês de maio de 2015, o município de Novo Hamburgo alcançou o pior saldo, com perda de 424 postos.
Além de Novo Hamburgo, outros 11 municípios registraram saldos negativos no mês. Apenas Dois Irmãos e Esteio obtiveram saldos positivos, o primeiro com a criação de 39 postos e o segundo com 41.
Em Canoas, o saldo negativo foi de 374 postos. Com isso, o município acumula no ano de 2015 a perda de 918 postos, enquanto nos últimos 12 meses registra-se uma queda de 5.265 postos.
O município de Campo Bom obteve saldo negativo de 194 postos em maio, mas o acumulado de 2015 continua positivo, com criação de 136 vagas. Entretanto, os últimos 12 meses registram fechamento de 606 postos.
Observa-se que o processo de redução de postos de trabalho na região do Vale do Sinos em 12 meses contabilizou 12.070 desligamentos. Na análise por município que compõe a região, apenas dois dos 14 que a compõem registraram saldo positivo.
O atual momento da economia não é dos mais favoráveis quanto à geração de emprego e renda. A redução no número de postos de trabalho e o atual cenário político e econômico brasileiro foram temas da entrevista concedida pelo economista Rodrigo Leandro de Moura à IHU On-line. O economista pontua que “esse longo período de fraco desempenho econômico deve gerar demissões mais do que admissões e isso deve impulsionar o desemprego. O desemprego deve tirar um pouco do poder de barganha dos trabalhadores, e a renda do trabalho deve crescer menos”.