A construção civil tem um número maior de mulheres admitidas a cada ano. Em janeiro deste ano foram admitidas no mercado formal de trabalho 68 mulheres na região do Vale do Rio dos Sinos no setor. Neste mesmo período em 2010 foram admitidas 42 mulheres.
As mulheres jovens de 18 a 24 anos representam o maior percentual de contratações femininas na construção civil em janeiro de 2011, 27%. Em 2010 está faixa etária representava 21%, enquanto que naquele ano, o maior número destas admissões ocorreu com mulheres na faixa etária de 30 a 39 anos, representando 30% das admissões de mulheres no setor. No presente ano elas representam 26%.
Mulheres com ensino médio completo são a maioria das admissões em 2011 e 2010, respectivamente 42% e 35%. Trabalhadoras com ensino fundamental completo representam 22% em 2011 e 26% em 2010. A participação de mulheres com ensino superior completo apresenta um pequeno aumento em janeiro de 2011 em comparação a janeiro 2010, foram contratadas cinco mulheres em 2011 e duas em 2010.
Contratações com carga horária de 41 a 44 horas semanais são a maioria das admissões em 2011 e 2010, este ano representa 92% dos contratos assinados. A faixa salarial da maioria das trabalhadoras do Vale do Sinos em 2011 permanece a mesma que em 2010, 54%, recebem entre um salário mínimo a um salário mínimo e meio.
Dos catorze municípios da região, Araricá, Dois Irmãos, Nova Hartz e Portão não tiveram admissões de mulheres na construção civil em 2011.
Canoas é o município do Vale do Sinos que mais admitiu mulheres em janeiro de 2011 e 2010. Responsável por 41% do total das contratações de mulheres na construção civil em janeiro de 2011 e 35% em 2010. A faixa salarial de melhor remuneração para as mulheres no setor é de quatro a sete salários mínimos que ocorre somente neste município.
Em entrevista concedida por telefone ao Observasinos a Secretária de Desenvolvimento Social de Canoas, Márcia Falcão, comenta que esta realidade foi possível através de uma parceria do Governo Federal com instituições de formação profissional, que oferecia o curso Próximo Passo para beneficiários do Bolsa Família.
A secretaria montou equipes para fazer um mapeamento da realidade destas famílias. Feito o mapeamento e busca ativa constatou-se que grande parte destas famílias tem a mulher como chefe de família. Como o curso não tinha tal especificidade o curso teve de ser adequado para a realidade destas mulheres.
A Secretaria fez uma aproximação com empresas da construção civil com a tentativa de sensibilizar estas empresas a ofertar emprego para este público. A adesão destas foi significativa, tendo em vista o comprometimento do gestor governamental em continuar acompanhando estas trabalhadoras após a conclusão do curso e inserção nas empresas.
Segundo a Secretária Márcia Falcão o curso oferecido em 2010 tinha 98% de mulheres e teve uma aceitação em sala de aula correspondendo ao menor índice de evasão do curso no país. Também ressalta que o destaque das admissões de mulheres neste ramo em Canoas deu-se por uma parceria com as políticas federais especiais para mulheres.
Estes indicadores estão disponibilizados no sitio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego. O Observasinos quer dar vistas a estes indicadores a fim de promover o debate sobre a realidade das mulheres no mercado de trabalho formal na construção civil.