O peso ao nascer é um indicador de saúde do recém-nascido que reflete a qualidade do atendimento à saúde materno-infantil e do acompanhamento ao estado nutricional materno, conforme a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Dependem do peso ao nascer a saúde, o crescimento e o desenvolvimento do recém-nascido, que vai influenciar nas condições de saúde e desenvolvimento da vida da criança, do adolescente e do adulto.
Conforme Eloir Antonio Vial, Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, a atenção pré-natal é um diferencial em relação às condições maternas, e também para a prevenção contra o baixo peso ao nascer. Um pré-natal bem realizado desde o início da gestação vai proporcionar condições de aporte às necessidades pontuais de cada gestante e de cada bebê.
De janeiro a maio de 2013, segundo dados preliminares da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul, 10,8% dos nascidos vivos do estado tinham baixo peso. No Vale do Rio dos Sinos, o município de Dois Irmãos registra, no mesmo período, 13,6% dos nascidos vivos com baixo peso, enquanto Estância Velha registra 12,7%. Em números absolutos, a maior incidência é nos municípios com maior população na região – Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo –, sendo que Canoas registra o maior número absoluto de nascidos vivos com muito baixo peso ao nascer, 29 recém-nascidos, enquanto Araricá, Nova Hartz e Nova Santa Rita não registram nenhum caso nesse período.
A nutricionista Ruth Liane Henn, professora adjunta do PPG em Saúde Coletiva e do Curso de Nutrição da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, explica que “o baixo peso ao nascer é um dos principais predito¬res de morbidade e mortalidade neonatal e perinatal, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, pois representa um conjunto de condições desfavoráveis para o recém-nascido, envolvendo desde alterações respiratórias até alterações metabólicas de grave repercussão no pós-parto imediato e prejuízo ao crescimento e desenvolvimento após o nascimento”.
A informação sobre o baixo peso dos recém-nascidos é apresentada em duas categorias: com menos de 1500 g são considerados como tendo muito baixo peso ao nascer (MBPN) e com menos de 2500 g são considerados como tendo baixo peso ao nascer (BPN). O baixo peso ao nascer é um importante preditor da morbimortalidade infantil, no entanto “o impacto é maior para os recém-nascidos MBPN, pois o risco destes morrerem no período perinatal é de 200 vezes, enquanto nos recém-nascidos BPN o risco é de 40 vezes”, destaca Henn.
A nutricionista explica que “nem todos os fatores associados ao BPN são para os recém-nascidos MBPN. Para os primeiros, os principais fatores são menor idade materna; hábito de fumar durante a gestação; baixo índice de massa corporal pré-gestacional; baixo incremento no peso gestacional. Já os principais fatores de risco para MBPN são hipertensão arterial prévia; antecedente de baixo peso ao nascer; nuliparidade, pré-eclâmpsia; eclâmpsia; ameaça de parto prematuro, entre outros”.
Alimento e Nutrição
Para oportunizar o debate e a reflexão a esta e outras questões a fim de indicar perspectivas ao direito ao alimento e à nutrição nas dimensões sociais, econômicas, ambientais, culturais e políticas no contexto brasileiro, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU promove, de 05 a 08 de maio de 2014, o XV Simpósio Internacional IHU “Alimento e Nutrição no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”.
Dentre as atividades do evento, ocorrerão as mesas simultâneas Cenários da alimentação e nutrição nas macrorregiões brasileiras com os seus biomas – Realidade, desafios e perspectivas. Para debater a Região Sul estarão presentes o Prof. MS Hélios Puig Gonzalez e o Prof. MS Salvatore Santagada, da Fundação de Economia e Estatística – FEE/RS.
Saiba mais sobre o evento no sítio do Instituto.