O HIV é o vírus da imunodeficiência humana que ataca o sistema imunológico atingindo principalmente as células linfócitos T CD4+ responsáveis por defender o organismo de doenças. Quando contraído ele provoca infecção das células do sangue e do sistema nervoso e enfraquece o sistema imune. A AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é o estágio mais avançado da doença e, diferente do que muitas pessoas tem por conhecimento, o portador do vírus do HIV nem sempre é também portador da AIDS, podendo viver anos sem apresentar ou desenvolver os sintomas.
O diagnóstico da infecção pelo vírus HIV é feito a partir de testes da coleta do sangue, que são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e podem ser feitos de forma anônima. Saber precocemente que o vírus foi contraído aumenta a expectativa de vida e as mães soropositivas têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV seguindo o tratamento durante o pré-natal, parto e pós-parto. A maioria dos casos de infecção passa despercebido porque os primeiros sintomas são muito parecidos com os de gripe: febre e mal-estar. A infecção pelo HIV pode ser detectada com 30 dias a contar da situação de risco.
No estado do Rio Grande do Sul, em 2010, a taxa de pessoas diagnosticadas com AIDS foi de 37,6 a cada 100 mil. O município de Sapucaia do Sul registra a maior taxa dentre os municípios do Vale do Sinos sendo maior que a do estado no mesmo período, 66,4.
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Em Sapucaia do Sul, segundo dados disponíveis no Ministério da Saúde na página do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais, houve uma redução no número de casos diagnosticados no município entre os anos de 2010 e 2012.
A assistente social do Ambulatório de Infectologia de Sapucaia do Sul, Ana Lair Corrêa revela no município, em 2014, não houve redução de caso de HIV. “Temos uma médica de 8 casos novos por mês de HIV. Provavelmente em função do teste rápido estamos detectando os casos precocemente e HIV ainda não é notificado”, relata.
“Na parte de assistência tem o atendimento no ambulatório e uma unidade básica como piloto para descentralização do atendimento. Atualmente todas as unidades realizam teste rápido para HIV e sífilis”, destaca Ana Corrêa.
O número de óbitos relacionados à AIDS, casos declarados no Sistema de Informação sobre Mortalidade, no município entre 2010 e 2012 diminuiu, Ana Corrêa relaciona este dado à qualificação da assistência e que melhorou a adesão do usuário do serviço ocasionando a diminuição dos casos de óbitos. No entanto, destaca que “ainda existem muitas dificuldades com relação à adesão ao tratamento de usuários de drogas, muitos adquirindo doenças oportunistas levando-os a óbito”.
Ana Corrêa relata que o portador do vírus é ainda vítima de preconceito e isso dificulta a inserção do portador nos espaços sociais. “Isso faz com que muitas pessoas não falem sobre o diagnóstico, principalmente em seus locais de trabalho, pois pode causar demissões”, relata.
“A prevenção e discussão mais ampla sobre as questões da sexualidade e cuidados com a saúde pode contribuir para a diminuição de casos novos. Melhorar o acesso aos serviços, principalmente na realização de teste rápido, desburocratizando estes acessos”, finaliza.