Doenças do aparelho circulatório representam 26,36% dos óbitos no Vale do Sinos. Causas externas de morbidade e mortalidade representam apenas 11,11% dos óbitos totais, mas na faixa etária jovem, 75,14% dos óbitos ocorrem por esta causa em 2014. Mantém-se, ao longo dos últimos anos, o maior número de óbitos masculinos do que femininos: 5.189 homens frente a 4.225 mulheres em 2014, ou seja, número de óbitos masculinos é 22,81% maior que o feminino.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM para verificar a variação das causas de óbitos na população geral, de homens, de mulheres e juvenil no Vale do Sinos, de 1996 a 2014, através dos capítulos da Classificação Internacional de Doenças - CID.
O gráfico 01 apresenta o percentual de óbitos por causa no Vale do Sinos de 1996 a 2014. Destaca-se que as doenças do aparelho circulatório diminuíram percentualmente de 32,16% em 1996 para 26,36% em 2014.

Na região, o número de óbitos passou de 7.019 de 1996 para 9.414 em 2014. Neste período, as neoplasias aumentaram sua participação no total de óbitos, de 16,11% em 1996 para 20,02% em 2014. O capítulo neoplasia envolve os tumores, os quais podem ser neoplasias benignas ou malignas.
O percentual de óbitos por causas externas de morbidade e mortalidade caiu de 13,28% para 11,11% no período, apesar de o número absoluto ter crescido de 967 para 1.708.
As doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas aumentaram sua participação no total de óbitos para 5,01% em 2014 frente a 3,79% em 1996. Neste capítulo enquadram-se doenças como diabetes, deficiência de vitaminas, obesidade e desnutrição.
O gráfico 02 apresenta o número de óbitos do sexo masculino por causa no Vale do Sinos de 1996 a 2014. As doenças do aparelho circulatório representaram 24,11% dos óbitos em 2014, apesar de terem reduzido, visto que representavam 27,64% em 1996.

Destaca-se que o percentual de óbitos do sexo masculino por causas externas de morbidade e mortalidade é de 16,80% em 2014, muito maior que o percentual na população geral, de 11,11%.
O gráfico 03 apresenta o número de óbitos do sexo feminino por causa no Vale do Sinos de 1996 a 2014. As causas externas de morbidade e mortalidade nesse grupo representam apenas 4,12% do total de óbitos em 2014.

As doenças do aparelho circulatório, que representavam 38,36% em 1996, passaram para 29,14% do total de óbitos em 2014. Percentual de óbitos de neoplasia cresceu, passando de 16,63% em 1996 para 20,78% em 2014.
O gráfico 04 apresenta o número de óbitos juvenis por causa no Vale do Sinos de 1996 a 2014. A faixa etária da juventude refere-se às pessoas de 15 a 29 anos, conforme o Estatuto da Juventude. Esta faixa etária apresentou 519 óbitos em 2014, ou seja, 5,51% do total de óbitos da região.

Ainda assim, esta faixa etária destaca-se com um percentual muito maior de óbitos de causas externas de morbidade e mortalidade do que os outros segmentos analisados. Isto porque, em 2014, esta causa representou 75,14% dos óbitos de jovens na região.
Um dos principais fatores de óbitos de causas externas refere-se aos homicídios. Em 2012, a taxa de homicídios de jovens em Alvorada, município da Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA, por exemplo, chegou a 172,9 homicídios para cada 100.000 habitantes. No mesmo ano, a taxa brasileira chegou a 25,2.
Por Marilene Maia e Matheus Nienow