O consumo geral de energia elétrica no Vale do Sinos aumentou 17,49% nos últimos 10 anos. Já o consumo residencial aumentou 45,16%. Apesar de o consumo industrial representar 40,63% do consumo da região, ele tem caído nos últimos anos em termos absolutos e percentuais. Esta realidade impõe possibilidades e limites para o desenvolvimento local e regional. Analisar e apontar perspectivas se constitui ação indispensável aos cidadãos, lideranças governamentais, empresariais e da sociedade civil.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados disponibilizados pela Fundação de Economia e Estatística - FEE acerca do consumo de energia elétrica, em MegaWatt hora (MWh), no Vale do Sinos, conforme dados das distribuidoras de energia elétrica do Rio Grande do Sul.
Estes dados revelam a variação no consumo de energia elétrica na região, subdividida nos territórios e por grupos de consumo. No entanto, não há a disponibilidade dos dados acerca das fontes de energia pelas quais os municípios da região são abastecidos, nem se os processos energéticos são sustentáveis.
Destaca-se que dos 14 municípios da região, 13 são abastecidos pela distribuidora de energia elétrica AES Sul e apenas Nova Hartz é abastecida pela Rio Grande Energia - RGE.
O termo MegaWatt hora (MWh) é correspondente a 1.000.000 Watts-hora, que é uma unidade de potência elétrica. Segundo o Instituto Nacional de Metrologia, qualidade e tecnologia – INMETRO, a maior parte dos chuveiros elétricos consome em torno de 5.000 Watts hora, em modo quente. Desta forma, 200 chuveiros elétricos, ligados durante 1 hora, consomem, em média, 1MWh.
A tabela 01 apresenta o consumo de energia elétrica nos municípios do Vale do Sinos ao longo dos últimos 10 anos. Houve aumento do consumo em 12 dos 14 municípios no período.
De 2006 a 2015, o consumo de energia elétrica na região aumentou 17,49% ao longo dos 10 anos, com destaque para Nova Santa Rita, município no qual houve impulso de 171% no consumo, sendo maior parte de 2011 para 2012. No estado, o aumento foi de 24,61%.
Em dois períodos, houve redução do consumo de energia; um de 2008 a 2009, com redução de 4,41% e outro de 2014 a 2015, com recuo de 7,69%. Em 2009 e em 2015, o produto interno bruto do estado recuou em relação ao ano anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
A tabela 02 apresenta o consumo de energia elétrica nos municípios do Vale do Sinos em 2006 por tipo de consumo, ou seja, comercial, industrial ou residencial. Neste ano, 49,52% do consumo dava-se na indústria.
O consumo industrial percentual da região ultrapassa o do estado, visto que o estadual é de 32,27%. Além dos três tipos de consumo apresentados, há também os consumos do setor público e da zona rural, este último muito mais representativo no estado do que na região do Sinos.
Apenas em Canoas, o consumo industrial não foi maior que o consumo residencial. No município, 36,08% do consumo deu-se nas residências frente a 27,87% na indústria.
O maior consumo comercial ocorreu em Novo Hamburgo, município no qual 22,49% do consumo foi no comércio, frente a 50,85% na indústria e 32,18% nos domicílios.
A tabela 03 apresenta o consumo de energia elétrica nos municípios do Vale do Sinos em 2015 por tipo de consumo. Destaca-se a diminuição do consumo industrial, que passou de 49,52%, em 2006, para 40,63%, em 2015.
Ao longo deste período, 2006 a 2015, o consumo de Megawatts por hora diminuiu, em termos absolutos, no meio industrial com redução de aproximadamente 56.000 MWh. Esta redução contrabalanceou o aumento dos grupos comercial e residencial.
Além de aumento na participação, o consumo residencial que fora de 850.980 MWh em 2006 passou para 1.235.268 MWh em 2015, ou seja, aumento percentual de 45,16% nos últimos 10 anos.
De 2006 a 2015, o consumo industrial em MWh caiu em metade dos 14 municípios da região. Os consumos residencial e comercial aumentaram em todos os municípios. Ainda assim, o consumo comercial, em percentagem, da região é menor que o do estado.
Exemplos de consumo de cada produto doméstico podem ser conferidos aqui.
Por Marilene Maia e Matheus Nienow