Por: André | 22 Junho 2016
O religioso jesuíta foi reconhecido por seu corajoso trabalho na promoção, defesa e exigibilidade dos direitos humanos e por seu constante compromisso com os setores mais populares do país.
“É natural e comovente evocar sua figura digna e serena, que enfrentou a opressão, jatos de água, gás lacrimogêneo, para defender o direito à vida e a integridade de seus concidadãos presos em cárceres secretas, submetidos sistematicamente a tratos desumanos, coagidos física e psicologicamente”, disse a presidenta Michelle Bachelet em seu discurso.
Fonte: http://bit.ly/28MnrXm
A reportagem é publicada por Reflexión y Liberación, 21-06-2016. A tradução é de André Langer.
A Presidenta da República, Michelle Bachelet, foi até o Museu Nacional de Belas Artes, acompanhada pelos ministros do Desenvolvimento Social, Marcos Barraza; da Mulher e Igualdade de Gênero, Claudia Pascual; de Bens Nacionais, Víctor Osorio; e do Conselho Nacional da Cultura e das Artes, Ernesto Ottone, para participar da cerimônia de entrega do Prêmio Nacional dos Direitos Humanos, que este ano foi outorgado ao padre jesuíta José Aldunate.
O prêmio é entregue pelo Instituto Nacional de Direitos Humanos, em conformidade com a Lei Nº 20.405, que criou este organismo autônomo, conferindo-lhe a responsabilidade de outorgar – a cada dois anos – este prêmio a quem se tenha destacado por sua trajetória de promoção, defesa e exigibilidade dos direitos humanos no Chile.
José Aldunate consagrou sua vida à defesa dos setores populares e dos mais oprimidos. Colaborou com Alberto Hurtado na Ação Sindical Chilena e, na década de 1970, como parte do trabalho de uma comunidade cristã de base, criou a Equipe Missão Operária. Durante a ditadura, este grupo dedicou-se à defesa de perseguidos do regime e a promoção da recuperação das liberdades cívicas.
“É natural e comovente evocar sua figura digna e serena, que enfrentou a opressão, jatos de água, gás lacrimogêneo, para defender o direito à vida e a integridade de seus concidadãos presos em cárceres secretas, submetidos sistematicamente a tratos desumanos, coagidos física e psicologicamente”, disse a presidenta.
E acrescentou: “Mas isso não pode nos fazer esquecer a grande contribuição de Pepe Aldunate, não apenas na resistência ao regime cívico-militar, que regeu o nosso destino por 17 anos, mas na imensa obra anterior a esses tristes anos”.
O religioso foi diretor da revista Mensaje – onde sucedeu o Santo Alberto Hurtado – e superior do Centro Bellarmino; trabalhou como educador e formador de noviços; foi secretário da Confederação de Religiosos e Religiosas, Conferre, e da Confederação Latino-Americana de Religiosos, CLAR; foi também Provincial dos jesuítas, além de padre operário.
Sobre este último papel, a Chefa de Estado destacou que “sua inserção no mundo operário – sem deixar a cátedra – e seu encontro com a Teologia da Libertação, não fizeram senão reforçar a convicção de que para que exista uma humanidade fraterna nesta terra, deve existir igualdade e devemos combater a pobreza e a injustiça”.
Assegurou também que “seu compromisso com os direitos inalienáveis de todos e todas é feito de ações cotidianas, de testemunho vivo, de persistente iluminação da nossa realidade. Hoje, o Pe. Aldunate segue presente, agindo e escrevendo. Nenhum dos assuntos que ocupam e preocupam a nossa sociedade lhe é alheio, quer se trate do Acordo de União Civil, da relação entre os negócios e o bem comum, ou do cuidado do meio ambiente”.
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José Aldunate, jesuíta chileno, recebe o Prêmio Nacional dos Direitos Humanos em cerimônia emotiva - Instituto Humanitas Unisinos - IHU