13 Mai 2016
As Forças Armadas estão sendo preparadas para ocupar seis favelas do Rio durante a Olimpíada, em agosto. Um estudo elaborado por militares e pela secretaria de Segurança do Estado do Rio prevê ações em comunidades próximas às vias por onde irão passar turistas, autoridades e delegações de atletas.
Nesta quinta (12), o tenente-coronel Luciano Carvalho de Souza, integrante da equipe da Segurança, confirmou o estudo em uma audiência pública na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).
A reportagem é de Marco Antônio Martins, publicada por Folha de S. Paulo, 13-05-2016.
No início da noite, a assessoria da pasta divulgou nota informando que não "há uma definição sobre a ocupação de novas comunidades". O Ministério da Defesa confirmou ações de policiamento na área de Deodoro –onde acontecerão parte dos eventos.
O assunto vem sendo tratado de forma sigilosa e o estudo vai levar em conta o cenário da cidade durante os Jogos. O aumento nas estatísticas de violência e a crise econômica no Rio, que interrompeu os investimentos na área de segurança no Estado, levaram ao estudo.
Vem chamando a atenção o grande número de casos de balas perdidas em comunidades e o aumento da violência em vias importantes como a Linha Amarela.
No último sábado (7), a adolescente Ana Beatriz Frade, 17, morreu após ser baleada numa tentativa de assalto na via expressa, que liga o Aeroporto Internacional do Galeão à Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade.
Pela mesma via passarão as delegações e autoridades que seguirão do aeroporto ao parque olímpico na Barra. Junto à avenida estão duas comunidades vistas como problemáticas: Manguinhos e o Complexo da Maré, onde a crise econômica impediu a instalação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).
Militares –em alguns casos, com auxílio da Polícia Militar– devem concentrar-se nos acessos às comunidades, impedindo a ação de traficantes armados.
A operação contempla ainda a Cidade de Deus, também localizada junto à Linha Amarela, já próxima à chegada da Barra, além de três comunidades na zona norte: Muquiço, Chapadão e Pedreira. As três favelas ficam a um quilômetro do parque olímpico de Deodoro. Na semana passada, um blindado do Exército foi atacado por traficantes no Muquiço, o que levou os militares a uma ação na comunidade.
O estudo deixa de lado os complexos do Alemão e da Penha, na zona norte, áreas em que as UPPs têm enfrentado resistência de traficantes de drogas.
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Exército deve ocupar seis favelas durante a Olimpíada do Rio, em agosto - Instituto Humanitas Unisinos - IHU