Por: Jonas | 28 Janeiro 2016
A conversa entre o Papa Francisco e o presidente iraniano Rohani (à esquerda do Papa) durou 40 minutos. Ao final, o presidente disse ao Pontífice, com a ajuda do intérprete: “Peço-lhe que reze por mim”.
Fonte: http://goo.gl/vgxQKC |
A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por Vatican Insider, 26-01-2016. A tradução é do Cepat.
Ao se despedir de Rohani, antes que este se dirigisse para outro setor do Palácio Apostólico para se reunir com o Secretário de Estado, Pietro Parolin, o Papa lhe disse: “agradeço-lhe muito por esta visita e confio na paz”. Uma troca de palavras que descreve o clima cordial do encontro e que também indica o tom de uma conversa entre duas personalidades de alto nível no cenário internacional e que também são líderes religiosos.
Rohani chegou ao Vaticano com alguns minutos de atraso, acompanhado por uma delegação de 12 pessoas. O encontro foi na Biblioteca particular do Pontífice e começou às 11h12. Terminou às 11h52. Durante esses 40 minutos, foram acompanhados por dois intérpretes: um sacerdote para o Papa e uma mulher com o véu, que trabalha na embaixada iraniana ante a Santa Sé, para o presidente Rohani. Ao final, o mandatário apresentou seus colaboradores ao Papa, começando pelo ministro do Exterior Javad Zarif. Também estavam presentes o embaixador ante a Santa Sé e seu “número dois”. Os dois líderes, segundo apontou o comunicado da Sala de Imprensa Vaticana a respeito do encontro, destacaram os valores espirituais comuns e se referiram ao bom estado das relações entre a Santa Sé e a República Islâmica do Irã, à vida da Igreja no país e à ação da Santa Sé em favor da promoção da dignidade da pessoa humana e da liberdade religiosa.
Mais tarde, falou-se sobre a conclusão e a aplicação do Acordo Nuclear e se colocou em destaque o significativo papel que o Irã é chamado a desempenhar, junto com outros países da região, na promoção de soluções políticas adequadas às diversas problemáticas que afligem o Oriente Médio, lutando contra a difusão do terrorismo e o tráfico de armas. A esse respeito, recordou-se a importância do diálogo inter-religioso e a responsabilidade das comunidades religiosas na promoção da reconciliação, da tolerância e da paz.
Depois, realizou-se a tradicional troca de presentes, e Rohani apresentou ao Papa um tapete de um metro por sessenta centímetros: “Este foi feito manualmente na cidade santa de Qom”, explicou-lhe. O outro presente que levou de Teerã foi uma grande coletânea artística de miniaturas. Francisco retribuiu com um medalhão de São Martinho, explicando que “o Santo retirou sua capa para cobrir o pobre: um sinal de fraternidade gratuita”. “Obrigado, de verdade”, respondeu o presidente, que também recebeu uma cópia da encíclica “Laudato Si’”. Ao entregá-la, o Papa lhe disse: “É meu documento sobre a proteção da Criação, mas não existe na língua farsi, razão pela qual lhe dou uma cópia em inglês e, permita-me, também em árabe”. Ao final, o Papa o acompanhou até a porta e disse: “sua visita foi um grande prazer, e lhe desejo bom trabalho”.
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Presidente iraniano se encontrou com o Papa e pediu: “Reze por mim” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU