07 Janeiro 2016
O Papa Francisco fez uma visita surpresa ao lugar onde o seu xará, São Francisco de Assis, montou o primeiro presépio do mundo. “Ele quis visitar o santuário e lugares onde São Francisco, na véspera do Natal em 1223, representou a primeira cena do nascimento de Jesus na história”, contou Dom Domenico Pompili, da Diocese de Rieti, à agência noticiosa italiana ANSA.
A reportagem é de Carol Glatz, publicada por Catholic News Service, 05-01-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
O papa não tinha nada programado em sua programação oficial, e então ele usou o dia livre para visitar o santuário franciscano em Greccio, município a 96 quilômetros de Roma e a 90 de Assis.
O bispo disse que ele e o superior do santuário foram as únicas pessoas informadas, poucos dias antes, dos planos do papa em fazer a visita no dia 4 de janeiro.
Dado que o papa chegou em um Ford Focus azul acompanhado por dois seguranças à paisana, a guarda do local informou ter sido pego completamente de surpresa. “Eu sequer estava vestindo o meu hábito. Daí fui rapidamente ao refeitório para vesti-lo. Em seguida, abri o portão para o papa”, disse o padre franciscano Alfredo Silvestri à TV2000 dos bispos italianos.
O papa também fez uma escala não anunciada em um encontro local de jovens organizado pela diocese. Em meio a aplausos e cantos de “Francesco”, alguns dos participantes foram às lágrimas.
Aos cerca de 150 jovens reunidos, o pontífice contou que o bispo local havia lhe dito que seria uma boa ideia rezar em Greccio durante o período de Natal. “Então, eu vim rezar. Mas eu não vou contar a mentirinha que ele usou para me atrair até aqui”, brincou ele com os jovens.
Em falas feitas de improviso, o papa lhes falou para refletir sobre dois sinais importantes associados com o nascimento de Cristo: a Estrela de Belém e o bebê em uma manjedoura.
“O céu está cheio de estrelas, não é mesmo? Mas existe uma que é especial”, a estrela que inspirou os Três Reis Magos a deixarem tudo para trás e a começar a caminhada rumo ao desconhecido, disse ele.
O papa pediu aos jovens que procurem por uma “estrela especial que nos chama a fazer algo maior, que nos põe numa caminhada, que nos faz tomarmos uma decisão”.
“Temos de pedir por esta graça de descobrir ‘a Estrela’ que Deus, hoje, quer me mostrar porque ela, a Estrela, vai me levar até Jesus”, disse.
O segundo sinal, sobre o qual os anjos falam aos pastores, é um bebê nascido numa manjedoura.
Segundo o papa, ele mostra como “Deus se rebaixou, obliterou-se para ser como nós, para andar diante de nós, mas com pequenez, isto é, humildade, o que vai contra o orgulho, a presunção, a arrogância”.
O papa pediu que os jovens pensem sobre se a vida que levam está sendo “mansa, humilde, se estão levando uma vida que não ergue o nariz, que não está cheia de orgulho”.
Os Três Reis Magos foram muito inteligentes “porque se deixaram guiar pela Estrela. Todo o esplendor do enorme palácio de Herodes” não os enganou, pois foram capazes de perceber, imediatamente, que o rei prometido pelo qual estavam em busca não estava lá, disse o papa.
Francisco então disse aos jovens que ele espera que suas vidas sejam sempre guiadas por estes dois sinais: dois presentes de Deus. Pediu-lhes que sempre tenham aquela estrela que vai guiá-los e “a humildade para redescobrir Jesus nos pequenos, nos humildes, nos pobres, nos que são abandonados pela sociedade e ignorados em nossas vidas”.
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Longe em uma manjedoura: Papa faz visita secreta na local da cena do presépio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU