Por: Jonas | 07 Agosto 2015
O bispo de Cádiz e Ceuta, Rafael Zornoza, permitirá que Álex Salinas (foto), um jovem transexual de San Fernando (Cádiz), seja padrinho de batizado de seus sobrinhos, segundo lhe anunciou o responsável da paróquia onde aconteceria a cerimônia.
Fonte: http://goo.gl/mBMUsx |
A reportagem é publicada por Religión Digital, 06-08-2015. A tradução é do Cepat.
Salinas explicou que o pároco comunicou que havia conversado com a Diocese, trazendo a decisão de que lhe impedir de ser padrinho era um erro, porque ser transexual não é obstáculo para ser padrinho em um batizado eclesiástico.
“Estou muito feliz pelo que significa para mim, mas, especialmente, porque o que vale para mim, vale para outros transexuais que são católicos e querem fazer parte da Igreja”, explicou.
Salinas recebeu a mensagem do pároco após uma intensa campanha nas redes sociais e internet, uma vez que sua irmã anunciou o cancelamento do batizado até o jovem conseguir ser o padrinho.
Segundo contou o futuro padrinho, o pároco já solicitou que sua família escolha a data para esta celebração, que, inicialmente, era esperada para o mês de setembro.
Segundo conta, “companheiros que estudaram medicina explicaram ao bispo o que significava ser transexual e se interessou pelo tema, razão pela qual quer se reunir comigo em setembro”. O bispo de Bilbao e presidente da Subcomissão de Família e Vida, Mario Iceta, parece ter sido fundamental.
Não só isso, pois o bispo quis ir além com o seu caso. “O bispo assegurou ao meu pároco que não existe nenhuma lei no direito canônico que impeça os transexuais de ser padrinhos”, explica Álex, que acrescenta: “Isto abre precedente para o restante da Espanha, não se aplicará apenas para o meu caso”.
De sua parte, a deputada socialista Carla Antonielli, expressou sua satisfação pela decisão da Diocese e declarou que “é sábio retificar e a Igreja já teve tempo, em 2.000 anos, para aprender a fazer isto”.
“A Igreja também não pode rejeitar ninguém dessa maneira, porque não lhe sobram fiéis e porque essa decisão não era digna da palavra de Deus, pois Jesus Cristo nunca concebeu esse ódio”, acrescentou.
Antonelli confia que o caso de Álex Salinas sirva também para outros transexuais crentes, já que “é possível ser transexual e ser crente, como é possível ser transexual e boa pessoa ou má pessoa”. Mostrou-se segura de que esta decisão “histórica” da Igreja ajuda a consolidar sua mensagem.
O batizado estava previsto na Paróquia São José Operário, de San Fernando (Cádiz), mas Salinas foi rejeitado como padrinho por ser transexual, em uma decisão que a Diocese de Cádiz e Ceuta justificou afirmando que para exercer esta função é necessário ter um estilo de vida compatível com as disposições da Igreja.
A difusão desta negativa propiciou um pedido na plataforma change.org para que o papa Francisco recebesse Salinas e tratasse com igualdade o coletivo de transexuais, uma iniciativa que reuniu, até agora, mais de 34.000 assinaturas.
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Bispo espanhol se retrata e permitirá que jovem transexual seja padrinho de seus dois sobrinhos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU