06 Agosto 2015
O governo britânico propôs nesta segunda-feira (04/08) uma série de medidas com o intuito de impedir o acesso de imigrantes sem documentação à entrada do Eurotúnel na cidade francesa fronteiriça de Calais, bloqueando suas tentativas de chegar ao Reino Unido.
A reportagem foi publicada pelo sítio OperaMundi, 04-08-2015.
Uma das propostas estudadas é a condenação de até cinco anos de prisão para donos de imóveis alugados para os imigrantes. Essa punição será dada aos proprietários que não verificarem se os inquilinos estão com os papéis em dia ou se, após checarem que a situação dessas pessoas apresenta alguma irregularidade conforme os tratados europeus, não as removerem de sua propriedade.
Trata-se de um recrudescimento da política contra locadores, que até então só recebiam multas e advertências em casos do gênero. Essa reforma, anunciada hoje por Greg Clark, secretário de Estado para as Comunidades e Assuntos Locais, integra o novo projeto de lei sobre imigração que o governo planeja apresentar ao Parlamento inglês nos próximos meses.
A proposta britânica ainda prevê igualmente acelerar o processo de extradição dos solicitantes de asilo dos apartamentos que eles ocupam. Os proprietários serão convocados a proceder a expulsões, conforme uma normativa estudada pelo ministério do Interior britânico, informou Le Monde.
Além disso, os solicitantes de asilo que tiverem seu pedido negado perderão automaticamente seus benefícios sociais em território inglês, reportou The Guardian. Segundo a lei inglesa, atualmente, as pessoas que chegam nessas condições ao país recebem um auxílio social de 36 libras, bem como ficam hospedadas em abrigos temporários e recebem alimentação nesse período de espera da aprovação ou não do status de asilo.
Somado a essas medidas, o Reino Unido anunciou que outros 100 guardas devem ser enviados ao terminal de túneis em Calais, enquanto oficiais da fronteira britânica começam a trabalhar dentro dos túneis para impedir a entrada dos imigrantes ao país.
Na noite de segunda-feira (03/06), cerca de 600 pessoas tentaram atravessar da França ao Reino Unido pelo Canal da Mancha na altura de Calais, informaram fontes policiais à Agência Efe. Trata-se de uma notável queda se forem comparados os números da véspera, quando 1,7 mil pessoas sem permissão para entrar na Grã-Bretanha tentaram contornar os controles do Eurotúnel.
Por sua vez, o Conselho de Refugiados do Reino Unido criticou o plano. "Esta proposta dura parece basear-se na lógica falha que desprover essas famílias vai coagi-las a ir para casa. O governo tem o dever de proteger todas as crianças neste país e governos anteriores reconheceram que é moralmente repreensível retirar o suporte a famílias com crianças", disse Lisa Doyle, chefe do conselho de defesa.
