08 Julho 2015
O padre Antonio Spadaro, o diretor da revista La Civiltà Cattolica, muito amado pela mídia pela sua disponibilidade e afabilidade e também pela coragem e inteligência das suas análises nunca evidentes, recebeu nessa segunda-feira um grande "presente" do Papa Francisco, o segundo depois daquela extraordinária entrevista de 2013, na qual Bergoglio explicitou como bispo de Roma a sua ideia da Igreja como "hospital de campanha".
A reportagem é de Salvatore Izzo, publicada no sítio Il Sismografo, 07-07-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O episódio aconteceu no Colégio dos Jesuítas de Guayaquil, frequentado por Bergoglio quando era provincial da Argentina (onde fez amizade com o padre Paquito, presente também nessa segunda-feira).
O padre Spadaro estava à mesa com o papa e com os outros coirmãos, quando, de surpresa, foi trazida uma torta para festejar o seu 49º aniversário. E Francisco exclamou com pesar: "É o o aniversário de Antonio, eu tinha me esquecido e não lhe dei nenhum presente". Os jesuítas de Guayaquil, depois, providenciaram, a pedido do pontífice, uma vela que se tornou simbolicamente o presente do papa ao padre Spadaro.
À mesa, também havia cerca de 20 jesuítas de quatro comunidades diferentes que, no Equador e nos países vizinhos, fazem um corajoso apostolado social, por exemplo, assistindo às meninas que sofreram violência.
Francisco teve uma longa conversa, na ocasião, com o jesuíta espanhol padre Francisco Cortes Garcia, chamado por todos de "padre Paquito", que, nos anos 1980, colaborou com o então padre Jorge Mario Bergoglio em iniciativas de formação.
Os dois jesuítas se conheceram em 1980 por ocasião de uma viagem de Bergoglio ao Equador para identificar uma instituição adequada para enviar alguns sacerdotes recém-ordenados para um período de formação. Dois meses depois, o padre Bergoglio voltou a Guayaquil, ao Colégio Javier, e confiou ao padre Paquito os dois primeiros presbíteros.
Depois, o missionário espanhol visitou Buenos Aires para se encontrar mais uma vez com o padre Bergoglio e discutir a formação desses sacerdotes. Foi o seu terceiro e último encontro.
"Quando eu parti novamente para o Equador, o próprio Jorge Mario dirigiu o carro até o aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, me ofereceu um café no bar e me deu muitos produtos argentinos. Então, eu descobri que ele era um homem realmente gentil, com grande senso de gratidão, com uma mente clara, simples e muito lúcida. O mais surpreendente é que, há mais 30 anos, não tivemos nenhum contato, nem mesmo por carta. Por isso, quando me disseram que ele queria se encontrar comigo, fiquei surpreso e imóvel, chocado. Eu considero esse gesto como uma bênção especial dele."
O "padre Paquito" é muito conhecido e amado no Equador, especialmente na cidade de Guayaquil, onde chegou de Málaga em 1963. Desde então, "Paquito" nunca mais voltou para a sua pátria.
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Papa se encontra com padre Paquito e festeja aniversário do diretor da Civiltà Cattolica - Instituto Humanitas Unisinos - IHU