24 Novembro 2014
O diretor da Congregação para a Doutrina da Fé falou no Debate Inter-religioso Internacional “Humanum”.
A reportagem foi publicada por Tempi, 20-11-2014. A tradução é de Ivan Pedro Lazzarotto.
“No ataque ao casamento como união complementar de homem e mulher estamos assistindo a uma espécie de suicídio da própria humanidade. Acima de tudo no Ocidente secularizado, na Europa, EUA e América do Norte”. Fala assim em uma entrevisa ao National Catholic Register o cardeal Gerhard Müller, a respeito do Diálogo Inter-religioso Internacional “Humanum. A complementaridade entre homem e mulher” (aqui alguns testemunhos).
Unidade Excepcional
O diretor da Congregação para a Doutrina da Fé comentou dessa forma o simpósio onde interviu também o Papa Francisco: “É algo de extraordinário que tantas comunidades cristãs e 13 diferentes religiões de todo o mundo estejam reunidas para dar testemunho às convenções basilares sobre o matrimônio. Mesmo se provenientes de diferentes tradições, visões de mundo, categorias ou concessões, existe um excepcional nível de unidade com relação a natureza do matrimônio”.
Valor da natureza Humana
O que têm em comum tantas denominações cristãs e religiões diferentes? “Isso que todos estamos dividindo é uma referência comum à natureza humana, os aspectos essenciais da existência humana e da relação entre homem e mulher. (...) A família não é uma coisa isolada. Pertence a uma família maior, ao seu próprio povo, a uma história, religião e cultura. Isso evidencia que não somos indivíduos isolados, mas seres criados por Deus para viver juntos”.
Família em crise
O cardeal afirmou ainda que um encontro parecido foi organizado somente pela causa da “crise que a família enfrenta”, tal que “aumentou a nossa necessidade de testemunhos internacionais e inter-religiosos”. De fato hoje “a família está muitas vezes à beira do precipício: devemos parar e não dar o último passo, uma vez que ainda é possível voltar atrás”.
Jamais se fala sobre o porquê
Hoje, continua o diretor, existe uma grande necessidade de se ouvir falar em casamento, porque “ainda que muitos pensem que não se faz nada além de falar sobre o assunto, na realidade a discussão fica centralizada sempre no sexo ou em relações que terminam. Do contrário, não se discute o porquê que homens e mulheres se atraem mutuamente, do quanto se complementam e do quanto se realizam com o outro. Isso é o que a maior parte das pessoas está interessada: como tornar o casamento melhor, mais forte e mais satisfatório.
Discriminação
E mesmo se hoje a “maioria silenciosa” que acredita ainda no “casamento tradicional” é silenciada “pelo uso da palavra ‘discriminação’”, “não é possível sustentar que a relação entre homem e mulher seja somente um produto cultural e social, o “dom” de um governo ou uma construção humana porque é uma relação fundamental, que está na base”. Da mesma forma, “também as crianças não são um produto da sociedade ou um objeto do Estado”. Por isso “os governos não podem suplantar a primordial responsabilidade dos pais sobre os filhos nem negar aos filhos o direito de crescer com um pai e uma mãe”.
Contribuição ao Sínodo
O debate, conclui o cardeal Müller, “é dependente do Sínodo porque trabalhamos há mais de um ano. Mas seguramente, visto o alto nível das discussões que tivemos, pode ser contribuído ao diálogo que está se desenvolvendo não somente no interior da Igreja Católica”.
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“No ataque ao matrimônio como união de homem e mulher, assistimos o suicídio da humanidade” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU