10 Outubro 2014
Os programas diocesanos e as organizações católicas existentes, que visam a ajudar as famílias católicas a cumprir sua vocação, claramente, não são fortes o suficiente para atender às necessidades modernas, disse um casal do Wisconsin, Estados Unidos, ao Sínodo dos Bispos.
A reportagem é de Cindy Wooden, publicada no síttio Catholic News Service, 07-10-2014. A tradução é de Claudia Sbardelotto.
"Temos que desenvolver métodos mais robustos e criativos de compartilhar a verdade fundamental de que o casamento é um dom divino, e não apenas uma instituição feita pelo homem", afirmou Alice Heinzen, no Sínodo, na terça-feira, ao ler um discurso que ela e o marido, Jeff, escreveram.
Os Heinzen (foto), da diocese de La Crosse, foram nomeados auditores sinodais pelo Papa Francisco e foram escolhidos para iniciar o trabalho da tarde no terceiro dia do Sínodo, cujas discussões falavam sobre programas pastorais desenvolvidos para atender os desafios enfrentados pelas famílias. Alice é diretora do escritório diocesano de matrimônio e vida familiar; Jeff é presidente das Escolas Católicas McDonell em Chippewa Falls.
A Igreja Católica, suas paróquias e organização precisam rever "os métodos pelos quais nós ensinamos nossas crianças sobre a natureza da sexualidade humana e da vocação do casamento", disse Heinzen. Além disso, quando os católicos falam sobre as vocações e chamado de Deus para cada um dos batizados para servir a Igreja e a humanidade, eles não podem falar apenas do sacerdócio e da vida religiosa. "O casamento deve ser incluído em todos os programas projetados para explorar as vocações".
Apresentar o casamento como uma vocação e a preparação instantânea dos casais para o casamento não são suficientes, disse ela. A Igreja também precisa rever "como nós fornecemos o acompanhamento pós-casamento que pode ajudar os casais a aprofundar seu relacionamento".
Os Heinzen disseram que o exemplo de seus pais e de sua vida familiar foram fatores importantes para que eles continuassem a ser ativos na Igreja até hoje; Alice disse que se lembra de ver o pai sair mais cedo para ir à missa antes do trabalho, da reza do terço juntos durante o mês de maio e de assistir a missa de domingo em família.
"A tudo isso podemos acrescentar nossas mães que nos lembravam de sempre amar os nossos irmãos, de sermos educados com os outros e de guardar as nossas moedas de um centavo para ajudar os menos afortunados", disse ela. "Nossas casas foram escolas de amor e virtude e nossos pais foram os primeiros educadores".
Mas muitos jovens de hoje não têm experiências semelhantes e, em vez disso, sofrem a dor de ver seus pais se divorciarem ou são criados por uma mãe solteira que nunca foi casada.
A pesquisa sociológica e as informações que chegaram de todo o mundo usadas para o documento de trabalho do Sínodo indicam que "crianças criadas sem a bênção de pais casados, que criaram uma casa animada pelo amor e pela fé, provavelmente terão dificuldade para confiar em Deus e em seus vizinhos", disse ela. "Como eles podem ter casamentos para a vida toda?".
Ao longo de seu ministério, continuou Alice, "conhecemos inúmeros adultos divorciados que se uniram a outras comunidades de fé, porque eles não se sentem bem-vindos na Igreja Católica. E nosso coração dói pelas famílias monoparentais que lutam para cuidar de seus filhos. Assim como vocês, nós nos esforçamos para encontrar formas mais simples e mais eficazes para melhor partilhar as bênçãos do plano de Deus para o casamento e a família".
A Igreja não está confusa ou em estado de crise a respeito de seu ensinamento sobre o matrimônio e a vida familiar, disse ela. Mas há "uma crise de metodologia. Como nós, como Igreja, efetivamente podemos compartilhar o que sabemos ser verdade de forma prática, simples e convincente, de modo que todos os homens e mulheres sejam desafiados e apoiados a viver casamentos duradouros e que possam construir lares que refletem a Igreja doméstica?".
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No Sínodo, casal dos EUA pede que programas familiares sejam ''robustos e criativos'' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU