O Papa Francisco convocou os seis patriarcas orientais após tomar conhecimento do sequestro, na Síria, de um pároco e 20 cristãos, segundo explicou o porta-foz da Sala de Imprensa do Vaticano, o padre Federico Lombardi.

A reportagem está publicada porl Religión Digital, 07-10-2014. A tradução é de André Langer.

Neste sentido, assinalou que o Pontífice dispôs que os seis patriarcas estejam presentes no próximo Consistório para causas de canonização e beatificação de alguns santos, previsto para o próximo dia 20 de outubro e que “ampliará seu conteúdo e passará a converter-se em um consistório no qual os cardeais falarão sobre a situação do Oriente Médio”.

O conteúdo de base para estas reuniões serão as conclusões do encontro que aconteceu no Vaticano de 02 a 04 de outubro de 2014 entre núncios ou representantes diplomáticos da Santa Sé e altos cargos da Cúria Romana, no qual se analisou a crise no Oriente Médio, o terrorismo jihadista e a situação dos cristãos e outras minorias religiosas na zona.

Um grupo armado vinculado à Frente al Nusra, considerado grupo filial da Al Qaeda na Síria, sequestrou um frei franciscano sírio e vários fiéis da localidade síria de Qunayeh, perto da fronteira com a Turquia, na noite do domingo, 05 de outubro. O sequestro foi confirmado nesta terça-feira pela Custódia da Terra Santa, uma divisão da ordem franciscana que cobre principalmente Israel, territórios palestinos e Síria.

Em um comunicado, a Custódia acrescenta que o paradeiro do pároco Hanna Jallouf OFM e dos reféns é desconhecido e que não pode contatar com os sequestradores.

Embora o comunicado da Custódia aponte para as “brigadas vinculadas à Frente al Nusra”, o vigário apostólico de Aleppo, Georges Abu Khazen, declarou que não se sabe com certeza quem é o autor do sequestro. “Sabemos apenas que o mosteiro foi saqueado no dia 06 de outubro, e outras pessoas da aldeia estão desaparecidas. Entre os sequestrados há jovens de ambos os sexos”, afirma Khazen em declarações recolhidas pela agência católica de notícias Fides.

Um grupo de irmãs franciscanas refugiou-se em casas do povoado, precisa a Custódia em seu comunicado. A agência Fides detalha que a Custódia da Terra Santa está presente no Vale de Orontes há mais de 125 anos e que além do convento, as irmãs franciscanas administram um centro de juventude, uma creche e um ambulatório.

Em julho de 2013, um padre franciscano sírio da Custódia da Terra Santa morreu baleado após ser desalojado do convento de Gassabieh, perto de Homs (a sul), quando tratava de defender as irmãs que residiam no recinto. Fontes locais citadas pela BBC apontaram os islamistas da Frente al Nusra como os autores do ataque.

Por outro lado, os padres sinodais aprovaram o envio de uma mensagem de “apoio e estima” às famílias do Iraque “ameaçadas de extermínio pelo fanatismo islâmico e obrigadas a fugir para não renunciar à fé”, segundo informou Lombardi.

O porta-voz explicou que esta proposta foi aprovada por maioria. Além disso, durante o Sínodo fez-se uma segunda proposta referida à necessidade de incluir na reflexão os sacerdotes casados das Igrejas orientais que, muitas vezes, também vivem “crises familiares” que podem desembocar na solicitação de divórcio.