Francisco receberá seis vítimas de padres pedófilos na Casa Santa Marta

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Por: André | 07 Julho 2014

O Papa Francisco se reunirá, em sua residência, a Casa Santa Marta, com dois britânicos, dois alemães e dois irlandeses que sofreram abusos sexuais por parte de religiosos, segundo informou nesta sexta-feira o Vaticano. Primeiro, as vítimas participarão da missa matutina que o Santo Padre costuma presidir na Capela de Santa Marta. Os nomes das pessoas não serão divulgados à imprensa.

 
Fonte: http://bit.ly/1j3efk8  

A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 04-07-2014. A tradução é de André Langer.

O encontro já havia sido anunciado pelo próprio Pontífice em 26 de maio passado durante o voo de volta a Roma da sua viagem ao Oriente Médio. Francisco comprometeu-se, desde a sua chegada ao Vaticano, em março de 2013, a lutar contra a pederastia e criou uma comissão para a proteção da infância, da qual faz parte uma vítima, Mary Collins.

O fato de que inclua no primeiro grupo que recebe no Vaticano vítimas de nacionalidade irlandesa é uma maneira de mostrar proximidade e solidariedade a um dos países mais afetados pelo fenômeno dos padres pedófilos que tanto desprestigiaram a Igreja nos últimos anos.

A questão dos abusos sexuais de menores cometidos durante décadas por sacerdotes é o tema mais delicado e complexo para a hierarquia da Igreja católica. Francisco ratificou a ordem de “tolerância zero” em relação ao fenômeno, uma linha já marcada por seu predecessor, o papa emérito Bento XVI.

Em outubro de 2013, o Papa destituiu um bispo irlandês, William Lee, que em 2010 reconheceu ter protegido um sacerdote pedófilo. Apesar dessas medidas, as associações de vítimas consideram que a Igreja não fez o suficiente para impedir que padres abusem sexualmente de menores de idade.

Dias atrás, o ex-núncio apostólico e embaixador do Vaticano na República Dominicana, o polonês Józef Wesolowski, foi punido de maneira exemplar ao ser reduzido à condição laica depois de ser condenado por pederastia por um tribunal eclesiástico. Foi a primeira vez que o Vaticano tomou uma medida deste tipo.

As autoridades do Vaticano informaram, no começo deste ano, à ONU, que os fiscais da Santa Sé examinaram 3.420 casos de abusos sexuais de menores cometidos na última década.

Por esses casos, 848 padres foram obrigados a deixar os hábitos e os 2.572 restantes foram obrigados a “viver uma vida de oração e penitência”, em um mosteiro, um castigo que para as associações de vítimas é insuficiente.