24 Fevereiro 2014
É a primeira proposta significativa e concreta de reforma da Cúria Romana, e na manhã dessa quarta-feira os oito cardeais conselheiros de Francisco a verbalizaram, colocando-a claramente: um novo organismo – o correspectivo do "ministério das finanças" dos Estados seculares – para centralizar e racionalizar as despesas.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no jornal La Stampa, 20-02-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Depois de terem ouvido nos últimos dois dias as duas comissões referentes – a que está investigando o Instituto para as Obras de Religião e a que está lidando mais em geral com os problemas econômico-administrativos da Santa Sé –, os cardeais do G8 formalizaram a sua primeira proposta, que, é preciso dizer, ainda não diz respeito ao destino do IOR, nem às suas futuras estruturas, mas diz respeito à criação de uma entidade de coordenação que supervisione as despesas da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano.
Será um órgão novo, e não a adaptação de um dos dicastérios já existentes. Ele deve exercer um controle – no caso de a proposta do G8 se tornar operacional por decisão do papa, como já parece ser muito provável – sobre as finanças de todas as Congregações e os escritórios vaticanos, da Propaganda Fide ao Governatorato, passando pela APSA e pelas mídias da Santa Sé.
Unificar os centros de custo, obter melhores preços dos fornecedores, racionalizar, economizar. Se a proposta for aceita, não se preveem, nesse caso, tempos muito longos para a sua implementação, e é provável que passos operacionais cheguem em poucos meses. É preciso lembrar que a proposta de criar ex novo um "ministério das finanças" não foi proposta pela comissão referente que estuda os problemas econômico-administrativos, mas veio, desde o início, dos oito cardeais.
E, se é verdade que esse primeiro passo da reforma curial, em vez de "emagrecê-la", vai trazer à instituição um novo órgão, é igualmente verdade que, ao mesmo tempo, muitos competências serão transferidas e unificadas.
O novo "ministério" deve permanecer separado até mesmo da Prefeitura para os Assuntos Econômicos, que permanecerá com a sua função de revisora das contas e dos balanços. Prevê-se que ele será dirigido por um cardeal: "o ministro das finanças" deverá avaliar a adequação das despesas efetuadas por todos os dicastérios e escritórios da Cúria Romana e do Estado vaticano, e, portanto, lidar com os purpurados chefes das Congregações.
Essa que, por enquanto, continua sendo apenas uma proposta do G8 cardinalício ao papa, que vai decidir se irá prosseguir encarregando técnicos para realizar o projeto, foi apresentada nessa quarta-feira à tarde aos 15 purpurados que acompanham as questões econômicas da Santa Sé. Esse segundo conselho vai se reunir no início da próxima semana, depois do consistório, para examinar a situação econômica do Estado vaticano e da Santa Sé.
Quanto à reforma do IOR, o trabalho ainda não foi terminado, e, na sessão de trabalho do G8 que foi concluída nessa quarta-feira, não foram apresentadas ao papa propostas concretas que dissessem respeito ao "banco vaticano".
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Eis o novo ''ministério das finanças'' do Vaticano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU