21 Janeiro 2014
Um dos episódios mais vergonhosos da Supressão Jesuíta foi o tratamento dado ao então superior geral, o Padre Ricci, e a seus assistentes. Sob pressão de José Monino (o implacável embaixador espanhol), Ricci, de 70 anos, foi encarcerado no Castelo de Santo Ângelo. A ele negaram luz natural, fogo para se aquecer no inverno, rações em proporção adequada e as ferramentas para escrever. Ele se encontrava sozinho para sobreviver por dois anos nestas condições miseráveis. Os cinco assistentes presos com ele foram Rhomberg (alemão), Montes (espanhol), Guzman (português), Gorgo (italiano) e Koricki (polonês).
A reportagem foi publicada no Jesuit Restoration 1814, 14-01-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Foi eleito um novo papa durante o período em que ficaram presos. Pio VI estava determinado a libertá-los apesar da indignação dos Bourbons.
No entanto, já era tarde para Ricci, que recebeu a comunhão poucos dias antes de morrer. Em uma cerimônia solene, ele leu uma declaração diante do Santíssimo Sacramento, dizendo que a Companhia não havia dado razão alguma para a sua supressão e que a eles não lhes deram nenhuma razão para o encarceramento cruel que estavam tendo.
Curiosamente, quando os demais assistentes foram libertados, aproximadamente um mês depois de sua morte (há 238 anos), o assistente alemão, de 82 anos, chamado Rhomberg declarou que preferiria continuar ali na prisão. Como se fosse um aleijado completo, mal poderia se retirar para fora do castelo. Lá ao menos ele tinha dois companheiros de prisão que, sob compaixão, carregavam-no até a capela, todas as manhãs, onde ele podia ouvir a missa e receber a comunhão.
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Prisioneiros jesuítas são libertos das masmorras do Castelo de Santo Ângelo no dia 15-01-1776 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU