Por: André | 30 Novembro 2013
“A capacidade que o Espírito nos dá” para “compreender os sinais dos tempos”. Esta é a graça que o Papa Francisco pediu, nesta sexta-feira, na homilia da missa matutina na Capela Santa Marta, de acordo com a Rádio Vaticano.
A reportagem é de Domenico Agasso Jr e publicada no sítio Vatican Insider, 29-11-2013. A tradução é de André Langer.
O cristão pensa segundo Deus e, portanto, diz “não” ao pensamento fraco e uniforme. No Evangelho de hoje, Lucas conta que Jesus ensina os seus discípulos a compreender os “sinais dos tempos”, os mesmos que os fariseus não entendiam. Partindo desta passagem evangélica, o Pontífice refletiu sobre o significado de “pensar em cristão”. Quem segue Cristo, explicou, não pensa só com a cabeça, mas também com o coração e “o espírito que tem dentro”. Do contrário, não poderia perceber “a passagem de Deus na história”.
“No Evangelho, Jesus não se irrita – disse o Papa –, mas finge irritar-se quando os discípulos não entendem as coisas. Aos Emaús disse: ‘néscios e tardos de coração’. ‘Oh, néscios, e tardos de coração’... Quem não entende as coisas de Deus é assim. O Senhor quer que entendamos o que acontece: o que acontece no meu coração, o que está acontecendo na minha vida, o que acontece no mundo, na história... O que significa isto que está acontecendo agora? Estes são os sinais dos tempos! Ao contrário, o espírito do mundo nos faz outras propostas, porque o espírito do mundo não nos quer como povo: nos quer massa, sem pensamento, sem liberdade”. O espírito do mundo, reiterou o Bispo de Roma, “quer que vamos por um caminho de uniformidade”, como adverte São Paulo: “o espírito do mundo nos trata como se não fossemos capazes de pensar por conta própria; trata-nos como pessoas não livres”.
Depois Francisco destacou que “o pensamento uniforme, o mesmo pensamento, o pensamento fraco” é um pensamento muito difundido. “O espírito do mundo não quer que nos perguntemos diante de Deus: ‘Mas, por que isto, por que aquilo, por que acontece isto?’ Ou inclusive nos propõe um pensamento prêt-à-porter, de acordo com os nossos próprios gostos: ‘Eu penso como me dá vontade’. Isto para eles está bem, dizem... Mas o que o espírito do mundo não quer é o que Jesus nos pede: o livre pensamento, o pensamento de um homem e de uma mulher que fazem parte do Povo de Deus, e a salvação é precisamente esta!”. Depois, o Papa convidou para recordar os profetas: “Tu não eras meu povo, agora te digo ‘povo meu’: assim diz o Senhor. E esta é a salvação: tornar-nos Povo de Deus, para ter liberdade”.
Jesus, acrescentou o Pontífice, “nos pede que pensemos livremente, nos pede pensar para compreender o que está acontecendo”. No entanto, a verdade é que sozinhos não podemos fazê-lo, destacou o Papa Francisco: necessitamos da “ajuda do Senhor para compreender os sinais dos tempos e o Espírito Santo nos dá este presente, um dom: a inteligência para compreender e não porque outros me dizem o que está acontecendo”.
E Francisco se perguntou: “qual é o caminho que o Senhor quer? Sempre com o espírito de inteligência para compreender os sinais dos tempos. É bonito pedir ao Senhor Jesus esta graça, que nos envie o espírito de compreensão, para que não tenhamos um pensamento fraco, um pensamento uniforme, e um pensamento segundo os próprios gostos: mas um pensamento como Deus quer”. Com este pensamento, concluiu o Papa, “que é um pensamento de mente, de coração e de alma, com este pensamento, que é um dom do Espírito Santo, buscar o que querem dizer as coisas e entender bem os sinais dos tempos”.
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“Pensar segundo Deus: só assim se compreendem os sinais”, diz Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU