Por: Jonas | 31 Outubro 2013
Ele também se chama Francisco, nome de batismo, e faz parte do “C8”. Errázuriz Ossa (foto), com os outros sete cardeais que receberam a tarefa do Papa de ajudá-lo a reformar a Cúria Romana e a governar a Igreja universal, também esteve em Roma, no início de outubro, e carregava consigo uma “pilha” com resumos das observações reunidas pelo Conselho Episcopal da América Latina (CELAM), que presidiu entre 2003 e 2007. Francisco Javier Errázuriz Ossa, emérito desde 15 de dezembro de 2010 (quando Bento XVI aceitou sua renúncia da Arquidiocese de Santiago, por motivos de idade), conta como viveu esses dias de trabalho, em Roma, para a edição argentina da revista “Vida Nueva”.
Fonte: http://goo.gl/zKBBWI |
A reportagem é de Alver Metalli, publicada no sítio Vatican Insider, 29-10-2013. A tradução é do Cepat.
Confirmou que a reforma que o papa Francisco pretende realizar será profunda e “poderá concluir com uma nova Constituição Apostólica”. No mais, comentou Errázuriz Ossa, é aquilo que os cardeais disseram que queriam “nas reuniões das congregações gerais, prévias à eleição do papa Francisco”. Ele “assumiu como própria” a vontade predominante.
O cardeal chileno, que provém das filas do Movimento Schönstatt, não ocultou que existe certo mal-estar na Cúria Romana. O que se pretende, explicou, é uma Cúria que “anime a nova evangelização, que pareça um órgão de serviço ao Santo Padre e à diocese, e não uma instância de controle”. Em relação à orientação da reforma, indicou que se pretende uma melhor coordenação “entre os diferentes ‘ministérios’ do Papa” e um “contato mais aberto do Papa com os respectivos responsáveis”.
As causas do atual desgaste, segundo Errázuriz Ossa, é preciso buscá-las no passado. O tempo e as energias que João Paulo II dedicou às viagens diminuíram as “reuniões com seus colaboradores”. Por isso, a necessidade de retomá-las. Daí a necessidade de um “coordenador”, que Errázuriz Ossa prefere chamar “Secretário Geral da Cúria”.
Uma segunda direção será a de uma efetiva internacionalização da Cúria. O cardeal chileno apontou que dos 50 cardeais que colaboram com o Papa, apenas três são ibero-americanos. Coisa absolutamente “desproporcional”, que “precisará mudar”. “Em Roma não apenas existem poucos sucessores dos apóstolos provenientes da América Latina, mas também dos demais continentes não europeus”.
Uma terceira direção será a de proporcionar agilidade para a estrutura da Cúria, em seu conjunto. Reflete-se, apontou o cardeal chileno, “se é preciso uma Cúria Romana tão grande” e se “existem atribuições que os bispos diocesanos poderiam ter e que foram centralizadas em Roma”.
Uma maior participação das mulheres nas instâncias de decisão é um pedido preciso do Papa e constitui uma das questões que irá se cristalizar com a reforma, assim como a mudança da Secretaria de Estado, que se chamará, provavelmente, “Secretaria Papal”.
O cardeal chileno, que completou oitenta anos em setembro, antecipou que “na agenda das próximas reuniões” do “C8” (em início de dezembro e no final de fevereiro) serão examinados “os diferentes organismos que compõem a Cúria”.
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“A reforma será profunda”, afirma membro do Conselho dos oito cardeais - Instituto Humanitas Unisinos - IHU