21 Outubro 2013
Nada de exercícios espirituais no Palácio Apostólico. Bergoglio decidiu transferi-los para o Lago de Albano, em um convento qualquer, a Casa del Divin Maestro, pertencente aos religiosos paulinos. Como impõe a regra dos jesuítas.
A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada no jornal Il Messaggero, 18-10-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
É mais um rompimento da tradição. Francisco rompeu, assim, uma consolidada práxis que, a cada ano, antes da Quaresma, vira seus antecessores se retirarem para a capela Redemptoris Mater, juntamente com a Cúria, para a prática espiritual em preparação para a Páscoa.
No coração do Vaticano, sempre foram realizadas meditações penitenciais confiadas de vez em quando a ilustres teólogos, bispos e cardeais. Desta vez, para falar diante do papa e dos chefes de dicastério, Bergoglio chamou um simples pároco romano, o padre Angelo De Donatis, da igreja de San Marco, na Piazza Venezia, conhecido pelo seu estilo manso e pelo seu trato humano.
Alguns o definem como uma espécie de "santo", mas ele brinca: "A minha mãe dizia que eu era santo só quando dormia". De fato, para ele também a tarefa foi uma surpresa que caiu de paraquedas, inesperada.
De 9 a 14 de março, ele se transferirá para Albano juntamente com o pontífice, com os bispos e com os cardeais da Cúria. "Vou ter que me preparar bem", brinca, embora na realidade ele seja um veterano das pregações, já que há 10 anos ele percorre a Itália para preparar os padres para a meditação. "Eu não sabia de nada, não esperava, foi uma surpresa. Telefonaram-me anteontem para me avisar". Mas o senhor conhecia Bergoglio? "Eu só pude encontrá-lo há alguns meses com um grupo de párocos".
Privilégios
A decisão do papa se soma à longa lista das novidades que caracterizam o seu pontificado caracterizado pela sobriedade. Como o fato de ter renunciado a habitar no Palácio Apostólico, privilegiando o internato de Santa Marta, o uso de carros populares em vez de limousines caras, os paramentos litúrgicos menos barrocos, a abolição dos sapatos vermelhos, a mozeta e as cruzes de ouro.
Explica o teólogo Gianni Gennari: "É uma novidade em absoluto os exercícios espirituais em Albano. O papa quer renunciar também a esse privilégio".
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Tradição rompida: papa transfere exercícios espirituais para Albano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU