Por: Cesar Sanson | 07 Junho 2013
"Violência foi o que a polícia fez", diz militante do Movimento Passe Livre, que liderou o ato contra aumento do ônibus que parou nessa quinta-feira as principais avenidas de SP.
O ato contra o aumento da passagem de ônibus (que subiu para R$ 3,20), que hoje fechou 3 das principais avenidas de São Paulo, foi convocado oficialmente pelo Movimento Passe Livre.
O MLP já realizou dezenas de manifestações contra aumentos de passagens nos últimos anos. Na última, chegou a fazer mais de 10 atos, um por semana, alguns deles na frente do prédio onde mora o então prefeito Gilberto Kassab. Boa parte das pessoas que esteve hoje no ato que fechou, em diferentes momentos as avenidas 23 de Maio, 9 de Julho e Paulista, entretanto, não tinha ligação com o movimento. Carta Capital, 06-06-2013, conversou com Caio Martins, 22 anos, estudante de história da USP, e uma as lideranças do Movimento do Passe Livre. Confira a seguir.
Caio, por favor conte como foi o dia de hoje.
Às 16h nos encontramos no teatro Municipal, e a marcha saiu. Passamos pela Prefeitura umas 18h, e seguimos pro Anhangabaú. Aí descemos pra avenida 23 de Maio, e bloqueamos todas as faixas no sentido zona oeste, tinham barricadas de fogo e umas mil pessoas. Começou a tensão com a polícia, muitas bombas de efeito moral, que estilhaçam, e de gás lacrimogêneo. O grupo então se dispersou, e depois nos reagrupamos inteiros na 9 de julho. Fomos bloqueando ela toda, sentido Paulista, subimos ali pelo Masp. Ocupamos a Paulista toda e o choque marchando atrás, jogando bomba. E a gente na frente, fazendo barricada de lixo, botando fogo, correndo até o hospital Osvaldo Cruz [no final da avenida], onde armamos uma assembleia. Íamos começar a conversar e caiu uma bomba no meio da assembleia. Aí foi um pra cada lado, um pedaço entrou no shopping Paulista, outros andaram pelas ruas da região fazendo mais barricadas [com lixo e fogo]. Tinha gente do MLP, mas muita gente veio por conta dos chamados do Facebook e outros tantos que estavam passando e decidiram aderir também. Ficou claro que a população de São Paulo não aceita o aumento da passagem de ônibus.
O que você fala sobre a depredação, fogo em lixo, pichação, lixeiras viradas, vidros quebrados?...
Fogo e depredação aconteceu mesmo depois que a polícia chegou jogando bomba. Pôr fogo em lixo e fechar rua não machuca ninguém. Violência foi o que a polícia fez. Mas não vamos parar. Para sexta-feira, já está marcado: 17h no Largo da Batata [Pinheiros, zona Oeste de São Paulo].
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"Violência foi o que a polícia fez. Pôr fogo em lixo e fechar rua não machuca ninguém" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU