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Mais de 50 milhões de mexicanos vivem em situação de pobreza ou pobreza extrema

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Por: André | 25 Janeiro 2013

A cesta que chega à casa de Jacinto a cada 15 dias contém uma lata de atum, açúcar, pimenta-jalapenho, meio litro de óleo de canola, feijão, um pacote de “corn flakes’, sal, sopa de lentilhas, arroz e café. Faz parte do programa nacional de distribuição de alimentos que algumas famílias mexicanas em situação de risco recebem. Na casa de Jacinto comem ele, sua esposa, seus oito filhos e seu neto. À sua comunidade – onde famílias tão numerosas são a norma – chegam 30 cestas como essa. Ele gostaria que a cesta contivesse sardinhas porque não gostam dos ‘corn flakes’. “Não faz parte da sua cultura. As crianças não os comem. Às vezes o Governo dá respostas a necessidades que as pessoas não têm”, diz Lourdes, uma religiosa teresiana que mora no mesmo povoado. Há pouco as famílias receberam sofisticadas cisternas metálicas para armazenar milho. Mas ninguém as usa, porque o grão apodrece, explicam os moradores.

A reportagem é de Mari Luz Peinado e Raquel Seco e publicada pelo jornal El País, 22-01-2013. A tradução é do Cepat.

Tonchintlán é uma comunidade do Estado mexicano de Hidalgo, no centro do país. Para chegar ali é preciso seguir por um caminho sem asfalto durante 45 minutos de carro no qual não se encontra nada mais que curvas e a natureza. O povoado salpica de construções de alvenaria o lado da montanha que ocupa. Não há água potável nas casas nem luz nas ruas. De fato, não há ruas, mas caminhos de barro que separam as construções de concreto e que se convertem em terrenos perigosos quando chove. Aqueles que passaram algum tempo nos Estados Unidos como ilegais têm casas mais ‘sofisticadas’, que também são construções retangulares nas colinas do povoado.

A família de Jacinto e as outras 130 que forma esta comunidade são parte da estatística que diz que em 2010 – data dos últimos dados do Conselho Nacional de Avaliação da Política de Desenvolvimento Social (Coneval) – quase 36% da população do país vivia em situação de pobreza e que outros 10,5% se encontravam na pobreza extrema (52 milhões de mexicanos no total). No Estado de Hidalgo esses números sobem para 42,5% e 12%, respectivamente. Mas só de passar algumas horas em Tonchintlán a gente se dá conta de que aqui todas as estatísticas estão furadas.

A pequena Leticia anda descalça de um lado a outro e não se arrisca a falar com estranhos. Tem três anos, mas por sua estatura e peso é difícil acreditar que possa ter dois. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição de 2006, cerca de 153.000 menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda ou estão abaixo do peso normal. “As crianças indígenas seguem enfrentando as maiores desvantagens. O risco de um menino ou menina indígena morrer por diarreia, desnutrição ou anemia é três vezes maior que entre a população infantil em geral”, afirma um relatório da Unicef. Tonchintlán é rural e indígena e 52 de suas crianças sofrem de desnutrição.

Quando, em 03 de dezembro passado, os principais partidos mexicanos assinaram o Pacto pelo México, adotaram 95 compromissos para os próximos seis anos da presidência de Enrique Peña Nieto. O compromisso número seis é “garantir que nenhum mexicano padeça fome”. Data limite: segundo semestre de 2018.

“A realidade é que não há muita gente no México que passe fome porque sempre há uma tortilha (uma massa redonda e achatada a base de milho) que enche o estômago, mas outra coisa é a qualidade da alimentação”, explica Rafael Castelán, da associação civil Serviços de Inclusão Integral (SEIINAC), uma organização que trabalha com comunidades rurais. “É muito comum ver que as famílias só comem tortilhas com molho picante”, confirma a Irmã Lourdes. De 2000 a 2011, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Geografia, a desnutrição provocou a morte de 102.568 pessoas, uma média de 8.547 ao ano. Nesse dia, na cozinha de Jacinto, uma construção quadrada de cimento com forno para cozinhar, sua mulher mói café ajoelhada no piso enquanto se prepara a massa de milho para fazer as tortilhas.

A base da alimentação em Tonchintlán é o milho e o feijão que eles mesmos cultivam, como na maioria das zonas rurais do país. O preço das tortilhas beira os 10 pesos o quilo (0,6 euro). É do pouco que podem comprar porque este povo come do que semeia e segue utilizando a troca. Há somente dinheiro em espécie mais aquele que recebem dos programas governamentais como o Oportunidades ou com pequenos trabalhos em povoados próximos. Alguns de seus habitantes trabalharam em maquiladoras ou em obras em que recebem cerca de 500 pesos por semana (aproximadamente 30 euros).

Aurelio trabalhou na construção civil em Pachuca (a cerca de quatro horas de Tonchintlán). Outro dia quis ir até lá, mas não pode: não tinha como pagar os 35 pesos da passagem (um pouco mais de dois euros). Durante quatro anos esteve como ilegal “pro outro lado”. Delgado, curtido pelo sol e aparentando muito mais dos quarenta e poucos anos que tem, queixa-se das poucas ajudas do Governo, do esquecimento em que se encontram. “Está triste a vida aqui”, resume. Mas não quer voltar a emigrar. “Na cidade necessitas puro dinheiro. Aqui vivemos em comunidade. Mesmo que em abril e maio já vá faltando a alimentação”. Melesio, o dono de uma das poucas mercearias do povoado, pendurou na porta um cartaz com os seguintes dizeres: “Não confunda amizade com negócio. Não vendo fiado”. Mas o faz. “Se não lhes dou, ficam tristes. Para que não fiquem tristes, lhes dou”.


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