Por: André | 12 Dezembro 2012
A Igreja copta recebeu pedidos das autoridades egípcias para participar do “diálogo nacional” convocado no sábado passado pelo presidente Mohammed Morsi. Mas o Papa copta, Tawadros II, negou-se a aceitar o convite e respondeu que a Igreja vê-se a si mesma como uma instituição religiosa cujo papel é rezar pelo Egito. Acrescentou que o diálogo político está nas mãos dos partidos políticos e do quadro de funcionários públicos.
A reportagem é de Giorgio Bernardelli e está publicada no sítio Vatican Insider, 10-12-2012. A tradução é do Cepat.
O principal sítio dos coptas egípcios, o wataninet.com publicou estas circunstâncias na segunda-feira. No sítio se explica que entre os cristãos do Egito há um enorme consenso em relação à linha adotada pelo Patriarca. Não surpreende a notícia da insistência de Morsi: como se recordará, o diálogo do sábado foi boicotado pelas principais forças da oposição e o presidente estava buscando desesperadamente personalidades alheias ao mundo islâmico para se legitimar. Além disso, o encontro terminou com um passo atrás do presidente, que, no entanto, reiterou o decreto com o qual se atribui poderes excepcionais, mas também confirmou o referendo sobre a nova Constituição, que encontrou a oposição de boa parte da sociedade civil. A oposição, portanto, segue de pé: amanhã, tanto a oposição como aqueles que apoiam Morsi voltarão às ruas.
Tawadros II havia declarado, desde as eleições, que pretendia separar a esfera da vida da Igreja e a da política. Dias atrás tuitou em sua conta pessoal citação ad hoc dos Provérbios. Além disso, acrescentou às citações bíblicas comentários como este: “Precisamos de honestidade em cada palavra, em cada bordão e em cada oração”.
Além das convicções sobre as relações entre a Igreja e a política, neste tipo de atitude pesa o fato de que a Irmandade Muçulmana está apostando na divisão confessional do país. A presença de partidos e associações coptas entre as forças que se opõem a Morsi nas ruas foi transformada em um “complô orquestrado pela Igreja”. Há alguns dias, no Mirs25, o canal de televisão do movimento islamista, o apresentador defendeu abertamente que “50% ou 60% dos manifestantes são cristãos e se deve a eles a violência”. Uma porcentagem e uma acusação completamente fora da realidade. Uma declaração que os coptas interpretaram, com poucas dificuldades, como uma ameaça.
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No Egito, o Papa copta rechaça convite de Morsi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU