Por: André | 27 Novembro 2012
Um tribunal da Guatemala outorgou no último sábado a “redenção de pena” a favor do sacerdote Mario Orantes, condenado em 2001 a 20 anos de prisão por cumplicidade no assassinato do bispo auxiliar deste país, Juan Gerardi, perpetrado em abril de 1998, informaram fontes oficiais.
A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 24-11-2012. A tradução é do Cepat.
O Primeiro Juizado de Execução Penal declarou com lugar a petição de “redenção de pena” solicitada pelos advogados de Orantes, que argumentaram “boa conduta e trabalhos de benefício comum” dentro da prisão.
Um porta-voz dessa judicatura disse aos jornalistas que a Promotoria tem um prazo de três dias para apelar da sentença, e que ao não fazê-lo, o mesmo ficará vigente e, portanto, Orantes poderá recuperar sua liberdade no dia seguinte.
Se houver apelação, esta será tramitada em uma Sala que poderá demorar até dois meses para ser julgada.
Em julho passado, esse mesmo benefício foi concedido ao coronel retirado Byron Lima Estrada, que havia sido condenado em 2001 a 20 anos de prisão pelo assassinato do prelado.
Lima Estrada e seu filho, Byron Lima Oliva, um capitão retirado do Exército da Guatemala, foram presos no dia 22 de janeiro de 2000 pelo assassinato, em 26 de abril de 1998, do bispo auxiliar da Guatemala, Juan Gerardi.
Em 2001, os militares foram condenados a 20 anos de prisão por coautoria no crime, e Orantes a uma pena similar por cumplicidade no assassinato.
Em duas ocasiões anteriores, o tribunal havia denegado a redenção de penas a Orantes, por não ter demonstrado a realização de trabalhos sociais. Essa mesma petição foi denegada a Lima Oliva em duas ocasiões.
Outro militar implicado no fato, Obdulio Villanueva, foi assassinado e decapitado no dia 12 de fevereiro de 2003 durante um motim na prisão em que esteve recluso.
Gerardi, bispo auxiliar da Guatemala, foi assassinado a golpes dois dias depois de ter tornado público seu relatório de Recuperação da Memória do Silêncio: Guatemala Nunca Mais (Remhi), no qual documentou mais de 54.000 violações dos direitos humanos durante a guerra interna guatemalteca (1960-1996).
O assassinato do bispo foi considerado uma vergonha por parte de um grupo radical das Forças Armadas, devido a que no Remhi se atribuiu a autoria da maioria dos fatos, inclusive a chacina de civis, ao Exército.
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O padre condenado pelo assassinato de Gerardi ficará em liberdade - Instituto Humanitas Unisinos - IHU