17 Julho 2012
Um tribunal da Guatemala concedeu nesse sábado a "liberdade antecipada" ao coronel aposentado Byron Lima Estrada, que foi condenado em 2001 a 20 anos de prisão pelo assassinato, em abril de 1998, do bispo auxiliar da Guatemala, Juan Gerardi.
A reportagem é da agência Efe, 14-07-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A resolução do juiz Javier Sotomora Chacón, titular do Tribunal de Execuções Penais, indicou que Lima Estrada "deverá recuperar a sua liberdade imediatamente".
O juiz concordou assim com uma petição de "liberação antecipada" por "bom comportamento" e de cumprimento de "mais da metade da pena", apresentada em junho passado pela defesa de Lima Estrada.
O coronel aposentado, de 77 anos, encontra-se desde fevereiro de 2008 internado sob vigilância policial no Centro Médico Militar por sofrer de problemas de saúde.
Em março passado, o mesmo tribunal, que estava então a cargo da juíza María Antonieta Morales, havia concedido a libertação antecipada ao militar aposentado, mas a medida foi suspensa por uma Sala de Apelações que invalidou a decisão.
Lima Estrada e seu filho, Byron Lima Oliva, um capitão aposentado do Exército da Guatemala, foram presos em 22 de janeiro de 2000 pelo assassinato no dia 26 de abril de 1998 do bispo auxiliar da Guatemala, Juan Gerardi.
Em 2001, foram condenados a 20 anos de prisão como coautores do crime, e depois de um longo processo judicial a sentença transitou em julgado em março 2005.
Em abril passado, foi negada a Lima Oliva a sua libertação antecipada por não cumprir com os requisitos determinadas pela Lei de Redenção de Penas.
O sacerdote Mario Orantes, que também foi condenado a 20 anos de prisão por cumplicidade no crime de Gerardi, também teve negada a petição apresentada em agosto do ano passado por não ter demonstrado a realização de trabalhos sociais dentro da prisão.
Outro militar envolvido no fato, Obdulio Villanueva, foi assassinado e decapitado no dia 12 de fevereiro de 2003, durante um motim ocorrido prisão em que estava detido.
Gerardi, bispo auxiliar da Guatemala, foi espancado até a morte dois dias depois de ter tornado público o seu relatório sobre Recuperação da Memória do Silêncio: Guatemala Nunca Mais (Remhi), em que documentou mais de 54 mil violações dos direitos humanos durante a guerra interna guatemalteca (1960-1996).
O assassinato do bispo foi considerado como uma vingança por parte de um grupo radical das Forças Armadas, porque no Remhi se atribuía a autoria da maioria dos fatos, incluindo as mortes de civis, ao Exército.
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Militar condenado pelo assassinato do bispo Gerardi em liberdade - Instituto Humanitas Unisinos - IHU