Igreja Ortodoxa pede que integrantes da banda russa Pussy Riot se arrependam

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01 Outubro 2012

Na véspera de a Justiça Russa emitir seu parecer para uma apelação da banda Pussy Riot às sentenças de dois anos de prisão, a Igreja Ortodoxa do país pediu que as integrantes se arrependam de ter apresentado músicas contra o governo na principal catedral de Moscou.

As três integrantes da banda são as autoras da "oração punk", uma canção que critica a proximidade do presidente Vladimir Putin com a Igreja Ortodoxa Russa. Elas foram condenadas no último dia 17 de agosto por "vandalismo motivado por ódio religioso". A decisão resultou em diversas críticas ao governo de Putin e colocou em dúvida a independência do Poder Judiciário. Até mesmo celebridades como Paul McCartney e Madonna enviaram mensagens ao presidente pedindo a revogação das penas.

A informação é publicada pelo sítio Opera Mundi, 30-09-2012.

Em entrevista à agência Reuters, Vladimir Legoida, um porta-voz da Igreja, afirmou que qualquer arrependimento, se expresso, deve ser levado em consideração, mas reiterou que a atitude das artistas "não pode permanecer sem punição seja qual for a justificativa".

A igreja se manifestou em agosto logo após o anúncio das penas contra a banda. À época, o clero indicou que aceitaria uma redução de sentença caso Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alyokhina e Yekaterina Samutsevich admitissem sua culpa. Para a defesa, no entanto, isso é impossível. "Se eles esperam um arrependimento no sentido de crime, isso definitivamente não acontecerá. Nossas clientes não admitirão culpa. Um pedido desses é fora de propósito", afirmou neste domingo (30/09) à emissora de televisão independente Dozhd o advogado Mark Feigin.

Parentes das artistas não alimentam grandes esperanças de que, mesmo com o pedido de perdão, as penas para a banda sejam anuladas ou reduzidas. "A sentença é predeterminada; o arrependimento não a afetaria em nada", disse à Reuters Stanislav Samutsevich, pai de Yekaterina. Para ele, "o fato de a Igreja pedir isso não é nada além do que uma jogada de relações públicas para manter sua reputação aos olhos do público, já que a Igreja diz ser separada do Estado".

Em meio à controversa eleição de Vladimir Putin para a Presidência Russa, o patriarca Kirill, chefe da Igreja Ortodoxa do país, classificou os 12 anos de mandato de Putin como "um milagre de Deus" e apoiou abertamente a campanha do à época primeiro-ministro. O religioso descartou críticas de seu apoio ao Kremlin nesta sexta-feira (28/09), sob a alegação de que os laços entre a Igreja e o Estado ajudaram a proteger e a desenvolver a sociedade.