Pedofilia: a luta da Igreja é global, afirma 'promotor de justiça' do Vaticano

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07 Julho 2012

As diretrizes contra a pedofilia do clero pedidas pela Santa Sé até maio passado chegaram ao Vaticano de "mais da metade" das Conferências Episcopais nacionais de todo o mundo.

A reportagem é do sítio Vatican Insider, 06-07-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

"Grande parte dos episcopados elaboraram as diretrizes e as submeteram ao exame da Congregação para a Doutrina da Fé, que irá acontecer depois do verão", disse Dom Charles Scicluna, "promotor de justiça" vaticano e responsável pelo dossiê. "Para aquelas que não responderam, foi enviada uma carta de solicitação. Sem contar o continente africano, que é uma realidade particular, em grande dificuldades nas estruturas eclesiásticas, mais da metade das conferências responderam. Esse dado parcial não indica um ponto final: avaliaremos as recebidas e avaliaremos as outras assim que chegarem. É encorajador o dado do mundo anglo-saxão, mas a Europa, a Ásia e a América Latina também têm altos percentuais de resposta. Será preciso ao menos um ano para avaliar todos os textos".

Quanto à Itália, "a Conferência Episcopal Italiana (CEI), como muitas outras, apresentou o seu próprio trabalho à Congregação. No momento, a Congregação para a Doutrina da Fé não é capaz de dar um parecer sobre as diretrizes da CEI porque essa avaliação ainda não foi feita. Depois do verão, ela será feita com a ajuda de especialistas. Para todas as diretrizes, se a situação requerer, serão dadas sugestões muito concretas para a integração de alguns pontos ou a revisão de algumas ênfases".

Exemplos? "Se uma Conferência Episcopal, no que se refere à relação com as autoridades estatais, cita a lei do Estado apenas em relação à tutela da autonomia da Igreja, sem dúvida convirá completar o quadro com uma descrição precisa, atenta e completa de como é recebido o delito de abuso sexual no ordenamento particular desse Estado e especificar também que, no pleno respeito ao direito estatal, a Igreja se compromete a nunca agir para dissuadir as vítimas do seu direito de denúncia ao Estado. É um compromisso que é bom explicitar, porque assim o quadro fica mais completo e justo".

"A experiência de quem teve a oportunidade de estar presente nos trabalhos do Simpósio na Gregoriana foi muito encorajadora: alguns prelados – lembra Scicluna – testemunharam, com comoção, que o impacto foi forte. Esta é a minha esperança: não vimos nestas poucas semanas uma revolução de mentalidade – isso vai levar tempo e paciência – mas, sob a liderança humilde e corajosa do Santo Padre, a semente certa foi posta no sulco da Igreja. As pessoas exigem uma atitude vigilante dos pastores. Essa é uma batalha contra o pecado e contra os crimes. E nós não podemos perdê-la: a inocência das nossas crianças e dos nossos jovens são tesouros muito preciosos para a Igreja".