Cardeal alemão relativiza a autoridade do Concílio. Cardeal suíço reage

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: André | 25 Mai 2012

Um cardeal alemão, Walter Brandmüller, relativizou a autoridade de textos do Concílio Vaticano II sobre a liberdade religiosa e as relações com os judeus, suscitando inquietudes na Igreja católica. A declaração se dá no momento em que se espera a readmissão de alguns integristas.

A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 23-05-2012. A tradução é do Cepat.

O cardeal alemão Walter Brandmüller apresentou, na segunda-feira, um livro em Roma, “As chaves de Bento XVI para interpretar o Concílio”.

Aquele que fora presidente do Comitê Pontifício de Ciências Históricas, considerou à imprensa que a Nostra Aetate (sobre as relações com as outras religiões) e a Dignitatis Humanae (sobre a liberdade religiosa) “tinham um valor menos vinculante” que os demais textos do Concílio Vaticano II (1962-1965). Segundo ele, “pode-se, portanto, falar” desses documentos na Igreja.

A reflexão suscitou inquietude, porque a Nostra Aetate sempre foi considerada um documento de alcance histórico que, após séculos de antissemitismo cristão e do Holocausto, reconhece ao judaísmo e ao povo judeu o merecido respeito.

O cardeal suíço Kurt Koch, presidente do Conselho para a Unidade dos Cristãos, e responsável pelas relações com o judaísmo, respondeu que todos os textos, inclusive a Nostra Aetate, eram “vinculantes” para todos na Igreja.

“Não se pode ser católico e não aceitar o Concílio Vaticano II, o magistério da Igreja e a Nostra Aetate”, disse na semana passada, em uma mensagem dirigida aos integristas.

Os integristas, de modo geral, mantiveram suas concepções anteriores ao Concílio sobre “o povo deicida”, e alguns de seus responsáveis, como Richard Williamson, são claramente antissemitas.

O Papa Bento XVI deve pronunciar-se sobre a reintegração ao menos de uma parte deles, os mais moderados. O sumo pontífice envolveu-se pessoalmente nesta negociação, que provoca numerosas tensões no seio da Igreja.

Alguns querem que o retorno dos integristas se faça com condições, como a aceitação incondicional da Nostra Aetate e da Dignitatis Humanae.