Por: André | 17 Dezembro 2011
O governo do Peru reconheceu formalmente que a greve, que começou semanas atrás no departamento de Cajamarca contra a implantação de um projeto mineral recusado por suas populações, havia terminado. Deste modo se abriria um processo de diálogo entre os manifestantes e o governo, segundo assinala uma carta do presidente do Conselho de Ministros, Oscar Valdés, publicada nesta quinta-feira em Lima.
A reportagem está publicada no jornal argentino Página/12, 16-12-2011. A tradução é do Cepat.
"O governo central está disposto a restabelecer o diálogo com as autoridades de Cajamarca para viabilizar os projetos de desenvolvimento", assegurou Oscar Valdés através de uma carta enviada ao presidente regional de Cajamarca, Gregorio Santos. O texto foi escrito como resposta ao representante da região. Santos havia assinalado que a greve, iniciada no dia 24 de novembro e sufocada no dia 04 de dezembro, quando o governo peruano tomou a decisão de impor o estado de emergência na região em conflito, tinha sido oficialmente interrompida, razão pela qual haveria motivos para iniciar as conversações.
"Todos estes aspectos da conversa foram colocados ao conhecimento do presidente da República, Ollanta Humala Tasso, que teve em suas mãos a decisão de levantar o estado de emergência nas jurisdições dispostas", assinalou a carta sobre o estado de sítio. Os deputados de Cajamarca expressaram sua confiança em que uma vez que se retomar o diálogo, se traduzirá em acordos concretos que impulsionarão o desenvolvimento nessa zona do país.
Jorge Rimarachín, integrante da bancada do Gana Perú, no poder, sustentou que agora não existem argumentos nem desculpas que impedem a aproximação. "Com este gabinete se abre um novo cenário político e é louvável que o governo regional esteja disposto a conversar, assim como o Executivo (federal). Isso demonstra maturidade e responsabilidade. Creio que não existem motivos para que os protestos continuem e se freie o desenvolvimento; agora se abre outra etapa", apontou o deputado em declarações feitas à agência Andina.
Rimarachín espera que o Executivo revogue o estado de sítio, com a finalidade de restabelecer a tranquilidade e a confiança da população. O deputado Mesías Guevara, do Alianza Parlamentaria, por sua vez advertiu que o primeiro horizonte deve ser consolidar o clima de paz social em Cajamarca, afetado por um protesto contra o projeto da mina Conga. Guevara explicou, além disso, que neste novo contexto qualquer medida radical, como o fechamento de estradas ou atos de violência, estão fora de discussão.
O chefe do gabinete se reuniu com alguns prefeitos e dirigentes civis de Cajamarca, que aceitaram a realização de um estudo para avaliar o impacto ambiental que a empresa mineradora peruano-norte-americana poderia ocasionar, a partir do projeto Conga, empreendimento de extração de ouro.
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Humala, mais disposto a dialogar com Cajamarca - Instituto Humanitas Unisinos - IHU