31 Outubro 2011
Depois de ter dado amplo espaço aos "alertas" lançados nos últimos meses por ambientes tradicionalistas que temiam a repetição em Assis de ambiguidades que poderiam expor Bento XVI à acusação de endossar o sincretismo religioso, o site Messainlatino.it reconhece hoje ao pontífice que, no grande encontro inter-religioso do dia 27 de outubro passado, "foi descartada qualquer ação que se assemelhasse, mesmo que remotamente, a uma oração comum".
A reportagem é do sítio Vatican Insider, 30-10-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
"Em 1986, o Beato João Paulo II havia usado a expressão "estar juntos para rezar", contraposta a "rezar juntos", querendo excluir qualquer participação formal em qualquer culto acatólico", escreve o Pe. Alfredo Morselli no site, lembrando que, em 1986, "verificaram-se, infelizmente, atos objetivamente escandalosos: frangos degolados no altar de Santa Chiara segundo ritos tribais e a teca com uma estátua de Buda colocada sobre o altar da igreja de São Pedro, que, no entanto – esclarece –, não podem ser imputáveis, de forma alguma imputáveis ao magistério e às ações de João Paulo II".
"De todas as formas – continua o sacerdote –, parece que Bento XVI, para evitar qualquer escândalo, quis remover qualquer possível equívoco: a única vez em que, no programa oficial, se fala de oração, afirma-se "tempo de silêncio, para a reflexão e/ou oração pessoal, e, portanto, não comum"". Para o Pe. Morselli, "essa atenção não é casual, mas é sufragada também por uma especificação do cardeal Raymond Leo Burke, prefeito da Signatura Apostólica".
Um texto, publicado na íntegra no site, que descreve a Jornada de Assis como "não um estar juntos para rezar juntos, de modo díspar, com o risco de confundir a fé revelada sobrenatural, com as crenças religiosas humanas e naturais, mas sim um caminhar juntos rumo à única Verdade".
"Muitas vezes, os encontros de Assis – lembra o site, que congrega tradicionalistas em comunhão com a Igreja de Roma – entraram em contraste com a encíclica Mortalium Animos, que proibia reuniões nas quais se pudesse pensar que se honra a Deus indiferentemente com qualquer culto e condenava a falsa teoria que supõe como boas e louváveis todas as religiões, já que todas, embora de maneira diferente, manifestam e significam igualmente aquele sentimento congênito a todos, pelo qual nos sentimos levados a Deus e ao obsequioso reconhecimento do seu domínio".
Mas, desta vez, os temores eram infundados: "Nada, em Assis III, se opõe aos ensinamentos de Pio XI", embora "seja indubitavelmente verdadeiro – conclui o Pe. Morselli – que possam existir não crentes subjetivamente de boa fé e que, para chegar à verdadeira religião, é preciso antes entender que é preciso ser religioso: hoje, além disso, é indispensável refutar os ataques feitos pelo ateísmo agressivo, que considera a religião um fato negativo tout-court e causa de violência".
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Tradicionalistas: "Em Assis, não houve traços de sincretismo" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU