25 Agosto 2011
Dificilmente se poderia duvidar que a "nova evangelização" esteja no topo dos pensamentos de Bento XVI.
A reportagem é de Alessandro Speciale, publicada no sítio Vatican Insider, 24-08-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O papa bávaro, que como cardeal não havia escondido a sua convicção de que era necessário simplificar e compactar a Cúria Romana, criou, ao contrário, há dois anos, um novo dicastério vaticano com a tarefa precisa de promover e coordenar a nova evangelização dos países onde a secularização das últimas décadas foi mais forte.
A esse tema também será dedicado o Sínodo dos Bispos que se realizará no próximo outono [europeu], no Vaticano.
Finalmente, Ratzinger vai discutir a "nova evangelização" no encontro anual com seus ex-estudantes, o chamado Schülerkreis, que se reune em Castel Gandolfo entre os dias 26 a 28 de agosto.
Em particular, como explicou o coordenador do grupo, o padre salvatoriano Stephan Otto Horn, assistente nos anos 1970 do professor Ratzinger em Regensburg, se refletirá sobre o papel da teologia na nova evangelização.
Para comunicar o Evangelho ao mundo contemporâneo em formas modernas, há de fato a necessidade de eventos públicos de alto perfil, com grande participação em massa, e de "líderes" carismáticos, mas também do trabalho cultural de uma "minoria criativa" e especialmente dos teólogos.
Para Horn, o papa "alertou sobre a tentativa de vincular os esforços da nova evangelização com a possibilidade de conduzir grandes massas à fé um um curto tempo".
"Naturalmente – acrescentou Horn em um artigo sobre a "nova evangelização" segundo Bento XVI, publicado na revista Kirche –, ele é cético com relação aos movimentos de massa, porque desmoronam sobre si mesmos rapidamente".
Por isso a necessidade da contribuição dos teólogos ao esforço de dizer a fé em formas adaptadas à modernidade – uma necessidade enfatizada no recente livro Luz do Mundo, em que o pontífice citou o filósofo laico Jürgen Habermas nesse sentido.
O pontífice também adverte com relação ao "ativismo": "A disponibilidade – escreve Horn, analisando o seu pensamento – em se empenhar na nova evangelização não deve deslizar para o ativismo".
Para refletir sobre essas questões, como de costume, o círculo dos ex-alunos de Ratzinger também ouvirá as contribuições de dois especialistas "externos", neste caso, de dois leigos: a teóloga Hanna-Barbara Gerl-Falkowitz e o membro austríaco da Comunidade Emanuel, Otto Neubauer.
A primeira, especialista em Romano Guardini e nas relações entre filosofia e cultura, leciona em Dresden e é uma antiga amiga do papa, que o conhece desde quando ele era professor.
Os encontros são realizados regularmente desde 1977, ano em que Ratzinger foi nomeado arcebispo de Munique. Desde então, o evento se repete todos os anos sobre um tema específico e não se interrompeu nem com a sua nomeação a papa em 2005.
Desde o início do pontificado, os ex-estudantes debateram sobre as questões do Islã, da evolução e das teorias evolucionistas, do Jesus histórico, da missão e do diálogo com as outras religiões e culturas e da interpretação do Concílio Vaticano II.
Entre os ex-alunos de Ratzinger que "fizeram carreira" – e ainda participam dos encontros – estão os cardeais Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, e o bispo auxiliar de Hamburgo, Dom Hans-Jochen Jaschke.
Neste ano, o papa irá presidir a missa do domingo, 28 de agosto, ao término do encontro.
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E o papa-professor se encontra com seus ex-alunos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU