24 Agosto 2011
De 23 a 28 de julho de 2013, a gigantesca estátua do Cristo Redentor irá acolher em seu abraço simbólico os jovens de todo o mundo para a próxima edição internacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Pouco antes do final da jornada madrilense, o Papa anunciou que a sede escolhida é o Rio de Janeiro e que o acontecimento se dará um ano antes em relação ao calendário normal das JMM, porque em 2014 o Brasil irá sediar a Copa do Mundo de Futebol "e, portanto, o tempo urge", comenta o arcebispo Orani João Tempesta. Além disso, disse ao nosso jornal no palco de Quatro Ventos onde Bento XVI acaba de celebrar a missa de encerramento da 26ª JMJ – "queremos demonstrar que o Rio não é apenas esporte e carnaval. Nossa Jornada deverá ser uma oportunidade para esses jovens, que são afligidos por problemas como a indigência, a violência e as drogas".
A reportagem é de Gianluca Biccini e está publicada no jornal L’Osservatore Romano, 24-08-2011. A tradução é do Cepat.
Mas a antecipação de um ano foi necessária também pelo fato de que a cidade maravilhosa, como o Rio de Janeiro é chamado, acolherá outros dois acontecimentos de relevo mundial, deslocando de fato no futuro próximo o centro das atenções dos meios de comunicação para o "planeta" Brasil: em 2016 será sede dos Jogos Olímpicos e antes ainda, em junho de 2012, da próxima Conferência da ONU sobre o desenvolvimento sustentável, que deverá verificar o que aconteceu 20 anos depois do primeiro grito de alarma sobre a saúde da Terra, lançado precisamente no Rio de Janeiro, em 1992.
Há também outra novidade de grande relevo: os jovens brasileiros vieram em grande número a Madri – 16.000 –, acompanhados por cerca de 60 bispos, para receber a cruz e o ícone mariano símbolo das JMJ diretamente das mãos de seus coetâneos da capital espanhola, porque – explica dom Tempesta – "o país é imenso, e queremos que a peregrinação passe por todas as 274 dioceses do Brasil, antes de chegar ao Rio, dois meses antes do encontro". Quando se tem em conta que em Sidney havia apenas dois mil brasileiros, vê-se claramente a diferença, graças à pastoral da juventude. "Antes existia apenas um setor da juventude; agora todos os componentes da Igreja estão comprometidos com a comissão instituída pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil durante a última assembleia geral", explica o responsável, o bispo salesiano Eduardo Pinheiro da Silva.
Depois de Toronto 2002, a JMJ volta, portanto, ao novo continente americano. Entretanto, terão transcorridos 26 anos desde a última etapa na América Latina: aconteceu em 1987 em Buenos Aires, mas a partir de então – por causa da globalização – muitas coisas mudaram. O encontro de 2013 implicará a arquidiocese carioca, com seus seis milhões de habitantes; o Brasil, comprometido com um esforço colossal de desenvolvimento, com investimentos milionários; e todo o continente, que conta com 47% de todos os católicos do mundo. E o arcebispo Tempesta destaca exatamente esta última dimensão, que dará grande relevo às Igrejas latino-americanas e do Caribe: "A organização da JMJ é uma alegria e uma oportunidade para os católicos de nossa arquidiocese, para os brasileiros e para os fiéis da América Latina". Porque – acrescenta – "não se trata apenas de receber os jovens de todo o mundo, mas de renovar a nossa confiança no Espírito Santo para sermos discípulos missionários e confirmar o nosso compromisso com uma vida social autêntica e construir a civilização do amor", como pediu a V Conferência do Episcopado Latino-Americano e do Caribe realizada em Aparecida.
E o próprio arcebispo de Aparecida, o cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB, afirmou em uma coletiva de imprensa em Madri, que a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, expressou a vontade de ajudar de todas as maneiras possíveis as instâncias locais para a realização deste acontecimento. Ao ser também presidente do CELAM, o Conselho Episcopal Latino-Americano, o cardeal deseja também uma participação "muito forte" de toda a América Latina, seguindo as indicações dadas em Aparecida. Além disso, foi exatamente nessa ocasião, durante a estada do Papa em São Paulo, em 10 de maio de 2007, quando em nome dos bispos brasileiros dom Eduardo lhe fez o pedido de acolher a JMJ. "Recordo que Bento XVI respondeu com um sorriso e agora já estamos prontos para colocar em marcha um comitê organizador". Talvez também por isto a cruz e o ícone da JMJ chegarão precisamente à metrópole paulista no próximo dia 18 de setembro, para em seguida percorrer todo o Brasil. Um país – vale a pena lembrar – onde os católicos ultrapassam os 150 milhões, isto é, são 74% de uma população de 220 milhões, com tetos de 84% nas zonas rurais. Nas periferias das grandes metrópoles, em compensação, a porcentagem baixa para 65%. "Fazendo um cálculo rápido – acrescenta o prelado – os jovens entre 15 e 30 anos deveriam ser 50 milhões".
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Rumo à Jornada Mundial da Juventude em 2013 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU