27 Junho 2011
Hoje, 28 de junho, foi nomeado o novo arcebispo de Milão, Itália. Trata-se do cardeal, patriarca de Veneza, Angelo Scola.
Vittorio Bellavite, coordenador italiano do movimento Noi Siamo Chiesa (Nós Somos Igreja), fala sobre a nomeação cada vez mais provável do cardeal Scola a arcebispo de Milão.
O artigo foi publicado no sítio Noi Siamo Chiesa, 25-06-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Com os artigos na imprensa destes dias, todas não desmentíveis e confiáveis (veja a nota de Gianguido Vecchi no jornal Corriere, do dia 10 e 12 de junho, e de Sandro Magister, no Espresso publicado hoje, no sítio www.noisiamochiesa.org), podemos estar certos da próxima nomeação do cardeal Scola a bispo de Milão (mas o Espírito Santo ainda poderia intervir...). São notícias passadas pelos órgãos oficiais do Vaticano para preparar a opinião pública.
A amargura e a desilusão por essa notícia nos solicitam algumas primeiras considerações breves:
1) Essa nomeação é o produto de uma imposição de cima, que deixa perplexa grande parte da diocese, que vê o retorno, como bispo, de quem, a seu tempo, não foi aceito como padre. As consultas foram realizadas em segredo, em circuitos eclesiásticos restritos: é um método que continuamos colocando em discussão (vejam-se em nossos encontros e nos nossos documentos) e que não foi usado em boa parte da história da nossa Igreja;
2) Essa nomeação – como todas as nomeações recentes para sedes cardinalícias do nosso país – também confirma o escasso espírito de comunhão eclesial de quem guia a Igreja, que quer impor uma orientação única a qualquer custo e em todos os lugares. É a linha de quem quer congelar o Concílio;
3) A história pessoal do cardeal Scola e as suas posições preconizam, para o seu episcopado, uma direta contradição com os episcopados dos cardeais Martini e Tettamanzi. Percebe-se isso imediatamente pela opinião pública católica ou não, que também adverte que essa nomeação poderia ser pouco capaz de entender o novo percurso da cidade de Milão depois das recentes eleições.
Entre os colaboradores do cardeal Tettamanzi, busca-se defender que são a diocese e as situações concretas que "fazem" o bispo, que pode ser "convertido" (como ocorreu com Dom Romero).
Mesmo com algum ceticismo, nós também queremos esperar que isso possa acontecer.
Apesar de tudo, nós estamos na Igreja porque nós somos a igreja.
Um abraço de paz,
Vittorio Bellavite
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Angelo Scola, arcebispo de Milão: o anti-Martini - Instituto Humanitas Unisinos - IHU