20 Junho 2023
Crentes e pastores evangélicos dos Estados Unidos têm concepções diferentes quanto ao sacerdócio. Enquanto fiéis entendem que as igrejas devem oferecer cuidado e aconselhamento às comunidades, ministros acham que sua principal tarefa é falar sobre Jesus e ajudar os cristãos a crescerem.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
As conclusões constam de pesquisa realizada pelo Barna Group, com dados coletados de 585 entrevistas on-line com pastores protestantes de 6 a 16 de setembro de 2022. A mesma pesquisa auscultou fiéis, que apontaram (52% do universo ouvido) o aconselhamento como uma das prioridades da igreja.
A igreja é um “conceito amplo” e, embora seja impossível atender a cada expectativa de fiéis, “os líderes devem prestar atenção às distinções notáveis entre o que as pessoas querem das igrejas e o que os pastores acreditam que deveriam oferecer”, diz um trecho da pesquisa denominada “Pastor Resiliente”.
Pastores apontaram, ainda, como prioridade no seu ministério ajudar na prática os necessitados (64%), ensinar ou atender crianças (55%) e cuidar de idosos e viúvas (52%). Falar a respeito de Jesus foi a resposta primeira de 84% dos pastores ouvidos.
Dos fiéis ouvidos, apenas 38% apontaram como uma prioridade do ministério sacerdotal cuidar de idosos e viúvas, 46% ensinar ou servir crianças e ajudar de forma prática os necessitados. Apenas três em cada dez pastores relataram sentir-se “muito bem equipados” para ajudar os fiéis em seus problemas mentais e emocionais.
Em 2021, outra pesquisa, essa sobre questões de saúde mental, levantou que 44% dos 4.507 pastores entrevistados disseram que “não foram treinados para reconhecer problemas de saúde mental ou como ministrar indivíduos e famílias que passam por tais problemas”.
Pastores também enfrentam crises existenciais e psicológicas. Muitos deles ficam, às vezes, tão isolados que recorrem ao suicídio. O apóstolo Bryan Meadows, da Embassy Church International em Atlanta, um sobrevivente do suicídio, aconselha que sacerdotes devem tomar medidas para cuidar de sua própria saúde mental.
“Quando sua vida é gasta processando intensos estímulos, emoções e experiências, você tem que lidar com a constipação emocional e psicológica. Quando você vive constantemente para fazer os outros felizes e inspirados, você precisa entender como isso afeta sua saúde mental e emocional”, arrolou.
Dados do Health.com mostram que doenças mentais aumentaram nos Estados Unidos por causa da pandemia do covid-19, mas também por causa das mídias sociais e das tendências sociais que resultaram em unidades familiares menores. Um dado impressionante é que 54,7% dos adultos estadunidenses com doença mental não recebem tratamento.
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Fiéis protestantes dos EUA querem uma igreja mais aconselhadora - Instituto Humanitas Unisinos - IHU