Quando a luz confronta as cavernas: Jordi Bertomeu

Jordi Bertomeu | Foto: Avi kedmi/Wikimedia Commons

Mais Lidos

  • Eles se esqueceram de Jesus: o clericalismo como veneno moral

    LER MAIS
  • Estereótipos como conservador ou progressista “ocultam a heterogeneidade das trajetórias, marcadas por classe, raça, gênero, religião e território” das juventudes, afirma a psicóloga

    Jovens ativistas das direitas radicais apostam no antagonismo e se compreendem como contracultura. Entrevista especial com Beatriz Besen

    LER MAIS
  • De uma Igreja-mestra patriarcal para uma Igreja-aprendiz feminista. Artigo de Gabriel Vilardi

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

04 Dezembro 2025

  • "O padre Jordi Bertomeu, um homem que durante anos foi um confidente próximo do Papa Francisco e que se dedicou incansavelmente a ajudá-lo a purificar a Igreja da corrupção, dos abusos e dessas cavernas escuras que se alimentam do medo e do silêncio."

  • "Nesse contexto, surgiram gravações de áudio manipuladas e acusações estridentes, cortesia da Infovaticana, numa tentativa de semear suspeitas."

  • "Portanto, longe de se enfraquecer, a figura do Monsenhor Jordi Bertomeu torna-se ainda mais nítida. Sua força reside não nos discursos, mas na fidelidade comprovada: ao Evangelho, às vítimas e à missão de uma Igreja que deseja caminhar na luz."

O artigo é de Lúcia Caram, freira dominicana argentina, publicado por Religión Digital, 04-12-2025.

Eis o artigo.

De tempos em tempos, surgem tempestades que buscam confundir e macular o que outros construíram com paciência e sinceridade. É o que está acontecendo em torno do Padre Jordi Bertomeu, um homem que durante anos foi um confidente próximo do Papa Francisco e que se dedicou incansavelmente a ajudá-lo a purificar a Igreja da corrupção, dos abusos e daqueles recônditos obscuros que se alimentam do medo e do silêncio. Seu serviço emanava do Evangelho, não de interesses pessoais, razão pela qual incomodou mais de uma pessoa.

Agora, em um momento diferente, mas igualmente desafiador, o Papa Leão XIV renovou sua confiança nele. E o faz não por diplomacia ou cálculo, mas porque sabe reconhecer aqueles que são confiáveis: pessoas que não podem ser compradas, que não podem ser manipuladas, que não se curvam às pressões de grupos extremistas que buscam tomar o controle da Igreja e se proclamar donos da verdade, como aqueles fariseus que Jesus tão claramente denunciou.

Nesse contexto, a Infovaticana divulgou gravações de áudio manipuladas e acusações estridentes, tentando semear suspeitas. Mas, após uma análise mais atenta, o que emerge é o histórico de um servidor público que sempre cooperou com o sistema judiciário, apoiou processos difíceis e defendeu a transparência, mesmo quando isso teve um preço alto. Sua autoridade não deriva da ocupação de um cargo, mas da escolha de caminhar ao lado daqueles que carregam feridas profundas.

Os ataques não são sobre ele; são sobre o medo daqueles que não querem perder seus privilégios ou abandonar uma cultura que, por muito tempo, protegeu mais as estruturas do que as pessoas. E, como tantas vezes na história, quando a verdade é inconveniente, surge o ruído. Mas esse ruído não pode abafar a coerência daqueles que continuam a apoiar as vítimas e a defender uma Igreja mais humana e livre.

Portanto, longe de se enfraquecer, a figura do Padre Jordi Bertomeu torna-se ainda mais proeminente. Sua força reside não na retórica, mas na fidelidade comprovada: ao Evangelho, às vítimas e à missão de uma Igreja que busca caminhar na luz. A revolução do bem também consiste nisto: em desmascarar as sombras, apoiar aqueles que fazem o trabalho árduo e lembrar que, embora alguns insistam em semear a confusão, a verdade sempre prevalece.

Leia mais