É uma vitória da Geração Z: os bilionários perdem, os jovens fazem a diferença

Foto: Moonlightonasnowynight/Wikimedia Commons

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05 Novembro 2025

Aquela parte de Nova York que não cruzou o caminho de Obama dançou a noite toda; era jovem demais para chorar com a primeira vitória de Trump em 2016; não se identificou com Biden ou Harris.

O artigo é de Gabriele Romagnoli, jornalista italiano, publicado por La Repubblica, 05-11-2025.

Eis o artigo.

A Geração Z, a de Zohran, venceu. Aquela parte de Nova York que não cruzou o caminho de Obama dançou a noite toda, era jovem demais para chorar com a primeira vitória de Trump em 2016, não se identificou com Biden ou Harris e, finalmente, encontrou o mais improvável dos porta-estandartes: Mamdani, um muçulmano de 34 anos que, partindo de 1% na primeira pesquisa, alcançou a maioria absoluta na votação de ontem. Pode ser uma vitória para a bandeira, mas desta vez, Cuomo, Musk, Trump, Bloomberg, os bilionários que apostaram no lado errado da história, os pais cínicos, os avôs céticos, são os perdedores.

Uma dúzia de festas espalhadas pela cidade aguardava o anúncio do resultado. Na festa em Fort Greene, no Templo Maçônico, havia mil pessoas, entre os que entraram e os que ficaram, formando uma fila que se estendia pelo quarteirão. Nenhuma esperança, apenas uma certeza. O senador socialista afro-americano Jabari Brisport proclamou a vitória às 9h da manhã, assim que as urnas fecharam, entoando o cântico: "Eu acredito que vencemos". A moça que o acompanhava no palco repetiu: "É uma vitória socialista". Uma palavra ("socialista") que não teria impedido ninguém de falar no aeroporto JFK, em Nova York, circula livremente; é a chave do presente, a moda do futuro. É uma multidão feliz, incrivelmente atemporal.

Ela não olha para o celular, esperando que uma voz humana lhe dê informações. Veste roupas vintage, colares de contas douradas como lembranças, e comemora cantando "We Are the Champions" do Queen. Os gráficos em vermelho e preto da noite servem tanto de pano de fundo quanto de lembrete. Para quem viveu os anos 70 na Itália, a referência não é a um reencontro de jovens socialistas, mas sim de membros do Partido Comunista Italiano Marxista-Leninista (Ellemme, para abreviar), só que agora eles deixaram seu nicho para tomar conta de Manhattan. A lição foi aprendida: o partido que temia alienar seu financiador milionário recebeu a vitória de um milhão de financiadores de um dólar. E até o amanhecer: Balla Ciao.

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