Uma cadeira vazia para Mohammadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz: “Regime tirânico no Irã”

Foto: Wikimedia Commons

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11 Dezembro 2023

Na cadeira da vencedora do Prêmio Nobel da Paz ninguém estava sentado. Narges Mohammadi não pôde ir para Oslo. A ativista iraniana está detida desde 2021 em Evin, uma prisão de segurança máxima em Teerã e a partir de hoje em greve de fome. A mulher, por ocasião do evento, condenou o "regime religioso tirânico e misógino" do Irã com uma mensagem transmitida pela filha. Na cerimônia para lembrar Mohammadi, foi colocada simbolicamente uma cadeira vazia, atrás da qual foi posta uma foto, escolhida pela própria ativista, que a mostra sorridente e com roupas coloridas.

A reportagem é publicada por Il Fatto Quotidiano, 10-12-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Foram os filhos da mulher, os gêmeos Kiana e Ali de 17 anos, que receberam o prêmio e leram o discurso de agradecimento escrito pela mãe. Os filhos de Mohammadi vivem no exílio em Paris com o pai e já nos últimos dias os filhos se tornaram porta-vozes da ativista e, numa conferência de imprensa realizada no sábado em Oslo, Kiana Rahmani leu uma mensagem na qual Mohammadi elogiava o papel desempenhado pelas mídias internacionais ao "transmitir ao mundo a voz dos dissidentes, dos manifestantes e dos defensores dos direitos humanos".

A jovem contou que tem poucas esperanças de ver a mãe novamente: “Talvez eu a veja novamente daqui a 30 ou 40 anos, mas acredito que não a verei nunca mais. Mas não importa, porque minha mãe sempre viverá no meu coração, valores pelos quais vale a pena lutar”. Foram o irmão e o marido de Mohammadi que declararam aos jornalistas em Oslo a nova greve de fome da ativista, em solidariedade com a minoria religiosa bahá'í. Na mesma ocasião o marido, Taghi, disse que não vê a sua esposa há 11 anos. Os filhos, por sua vez, não veem Mohammadi há 7 anos.

Narges Mohammadi é a 19ª mulher a ganhar o Prêmio Nobel da Paz e a segunda iraniana depois da ativista pelos direitos humanos Shirin Ebadi, premiada em 2003. É a quinta vez nos 122 anos de história do prêmio, que o Prêmio Nobel da Paz é concedido a uma pessoa presa ou em prisão domiciliar. Os outros Prêmios Nobel serão entregues no próximo domingo, em cerimônias separadas, em Estocolmo, na Suécia.

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