22 Dezembro 2022
Continuar a contar a galeria de horrores das prisões iranianas e seus algozes corresponde a uma espécie de perpetuação da violência. É como dar um eco ainda maior à intenção que a violência perpetrada se propõe: desencorajar, ameaçar, amedrontar.
O comentário é de Tonio Dell'Olio, presidente da Pro Civitate Christiana, publicado por Mosaico di Pace, 21-12-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Em comparação com a abundância de detalhes macabros de todos os tipos que estão sendo despejados pelos noticiários nos últimos dias, deveríamos destacar mais a determinação, senão o heroísmo, de jovens mulheres e homens que continuam aqueles protestos apesar de tudo. Neste ponto, a opinião popular sempre repete: "com desprezo pelo perigo".
Parece-me mais que o desejo de liberdade e a vontade de se livrar do obscurantismo de um regime tão opressor parecem muito maiores do que o perigo. O que aumenta o desprezo pelos autores de violência naquela parte do mundo sua pretensão de fazê-lo em nome de Deus, na ilusão de lhe prestar um serviço, um favor.
É a aberração segundo a qual até a execução de um jovem, o assassinato de uma jovem ou seu estupro se tornam um culto a Deus: “É ele quem nos pede”, repetem. Portanto, tratem de dissipar aquela nuvem triste de um Deus violento usado como cobertura para a sua hipocrisia e pelo sadismo de que se comprazem. Deus não pede sacrifícios humanos, não sabe o que fazer com os crentes convertidos à força e despreza aqueles que usam o seu nome em vão.
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A pretensão da cumplicidade de Deus - Instituto Humanitas Unisinos - IHU