22 Dezembro 2022
238 entre vencedores do Prêmio Nobel, atuais e antigos funcionários das Nações Unidas, juízes, especialistas em direitos humanos, ONGs de todo o mundo enviaram nesta quarta-feira, 21 de dezembro, uma carta aberta aos líderes mundiais pedindo que intensifiquem suas pressões sobre o Irã, exigindo o fim imediato das execuções de manifestantes antigovernamentais.
A reportagem é publicada por Agência SIR, 21-12-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Também se pede a imposição de sanções a funcionários iranianos por violações dos direitos humanos, a expulsão de embaixadores iranianos e a inclusão na lista negra do Corpo das Guardas Revolucionárias Islâmicas (IRGC). “Desde que começaram os protestos populares no Irã após a morte de Mahsa Amini – lê-se na carta que foi entregue ao SIR por meio da Associação de Mulheres Democráticas Iranianas na Itália (Addi) – as autoridades assassinaram mais de 700 manifestantes, incluindo dezenas de crianças, nas ruas ou nas prisões.
Mais de 30 mil manifestantes foram presos, com dezenas recebendo a condenação à morte por 'moharebeh', em processos fictícios acelerados. A carta foi enviada a Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, Rishi Sunak, primeiro-ministro da Inglaterra, Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, e uma cópia para Volker Türk, alto comissário das Nações Unidas para os direitos humanos.
Os signatários incluem 15 ganhadores do Prêmio Nobel e figuras ilustres dos direitos humanos, como o ex-arcebispo de Canterbury Rowan Williams e o ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov. Há também um ex-presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU, três ex-assistentes do secretário-geral da ONU, 17 ex-relatores especiais da ONU para os direitos humanos. Cerca de 34 ONGs e instituições universitárias aderiram ao apelo.
"Décadas de aparente silêncio e inação por parte da comunidade internacional", escrevem os signatários da carta, "contribuíram para alimentar uma cultura de impunidade no Irã. Desde a década de 1980, as autoridades iranianas executaram extrajudicialmente dezenas de milhares de manifestantes dissidentes e prisioneiros políticos, alguns com apenas treze anos. “Hoje, enquanto os corajosos jovens iranianos continuam seus protestos para acabar com décadas de tirania, é imperativo que as principais nações democráticas do mundo tomem medidas urgentes para impedir que as autoridades iranianas tentem reprimir os protestos em andamento por meio do uso da pena de morte em violação ao direito internacional".
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Irã: 238 entre vencedores do Prêmio Nobel, juízes e especialistas em direitos humanos assinam uma carta-apelo aos líderes mundiais, “parem as execuções de manifestantes” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU