28 Setembro 2022
A Federação Luterana Mundial (FLM) escolheu o Dia Mundial da Paz, 21 de setembro, para comemorar o vigésimo aniversário do programa de ajuda humanitária prestado na Colômbia. Quando o Serviço Mundial do organismo ecumênico iniciou o trabalho no país sul-americano a guerra interna estava em sua quarta década.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Foi a pedido da Igreja Evangélica Luterana da Colômbia que a FLM começou o apoio às congregações afetadas pelo conflito. “Um grande trabalho – ficar perto das pessoas e comunidades mais afetadas, esforçando-se para levantá-las e fazer com que suas vozes sejam mais ouvidas”, definiu Laura Rodriguez Burrell, do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários para a Colômbia (OCHA, a sigla em inglês), o trabalho realizado até aqui.
“Nosso compromisso com a paz se concentra em respeitar e trabalhar com as comunidades que experimentam as mais altas taxas de pobreza do país e são as mais atingidas pelo conflito interno. Com uma transmissão de rádio, alcançamos diretamente os lugares mais remotos e criamos confiança para trabalhar lado a lado com organizações parceiras locais”, explicou a representante da FLM para a Colômbia e Venezuela, Adriana Franco Chitanana.
O programa priorizou os departamentos de Arauca e Choco, apoiando povos rurais, afro-colombianos e indígenas. As regiões ainda são áreas em conflito e rotas de trânsito do tráfico de drogas e de seres humanos, informa o serviço de imprensa da FLM.
O Departamento de Choco ganhou as manchetes de jornais em 2002, quando as Fuerzas Armadas Revolucionaras de Colombia (FARC) lançaram uma bomba na igreja da aldeia de Bojayá, mantando 119 e ferido outras 89 pessoas. A FLM apoiou a comunidade Bojayá quando o caso do massacre chegou ao tribunal, em 2015. No mesmo ano, integrantes das FARC foram até a comunidade e pediram perdão pelo atentado. Em 2016, foi assinado o acordo de paz na Colômbia.
O trabalho da FLM no país sul-americano volta-se à defesa dos direitos das comunidades rurais e meios de subsistência, chamando as autoridades à responsabilidade. Também prestam educação em direitos humanos, direitos à terra, e promoção da paz.
O trabalho expandiu-se às comunidades nos departamentos de Cundinamarca, Guajira, Santander, Valle del Cauca, Casanare, Chocó, Guaviare e Meta. Nos últimos anos surgiram novos desafios, como a pandemia da covid-19 e desastres naturais nessas regiões, com o fortalecimento de mecanismos de proteção comunitária às organizações sociais, indígenas, camponesas, juvenis e de mulheres. No período, teve início o programa binacional, de apoio a comunidades venezuelanas.
“Estamos comemorando duas décadas de um trabalho valioso que não teria sido possível sem a resiliência, luta pela consistência e defesa do território por parte das comunidades e organizações locais. Seu conhecimento, experiência de vida, métodos organizacionais e liderança nos inspiram a continuar defendendo os direitos humanos e trabalhando com e para as comunidades afetadas pelas crises por justiça, paz e dignidade na Colômbia e na Venezuela”, assinalou Adriana Chitanana.
Nessas duas décadas, o trabalho da FLM na Colômbia contou com o apoio de parceiros como ACT Alliance, Comitê Nacional Alemão, Igreja da Suécia, Igreja Evangélica Luterana da América, Diakonie Katastrophenhilfe e organizações locais.
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FLM presta duas décadas de ajuda humanitária na Colômbia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU