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A cultura do cancelamento e os impasses da esquerda

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25 Mai 2022

 

"A internet e as redes sociais tornaram possível que as ofensas e as agressões pudessem ser generalizadas. Evidentemente, isso não explica tudo a respeito dos haters e, muito menos, do cancelamento, mas nos mostra que estamos muito longe de vislumbrar o dia em que o cancelamento e os haters sejam banidos", escreve Eduardo Guimarães, psicanalista, editor, possui mestrado em educação e graduação em história e filosofia, em artigo publicado por Outras Palavras, 23-05-2022.

 

Eis o artigo.

 

A cultura do cancelamento se tornou geral. Tem sido aplicada independentemente do espectro político de quem é atingido por esse fenômeno. A lista desses atingidos inclui desde a escritora J.K. Rowling, a rapper Karol Conká e o humorista Carlinhos Maia até, mais recentemente, a drag queen Rita von Hunty, montada pelo professor Guilherme Terreri. O cancelamento pode variar da perda de alguns seguidores nas redes sociais à rescisão de contratos profissionais e é frequentemente acompanhado de outro fenômeno: os chamados haters, usuários da internet que utilizam seus perfis, identificados ou anônimos, para postar ou publicar comentários ofensivos e agressivos às personalidades canceladas.

 

As postagens ofensivas direcionadas contra Rita von Hunty por conta de seu posicionamento a respeito das eleições 2022 me fizeram recordar de uma personalidade que também havia sido vítima de haters. A mensagem dizia o seguinte:

 

“É de se lamentar que você não possa ir para o túmulo sem se desgraçar, seu velho pateta./ Temos renegados como você aos milhares, ficamos contentes em nos livrar deles e esperamos logo nos livrar de você./ É de se lamentar que os Bandidos na Alemanha não tenham te posto num campo de concentração, é lá o seu lugar.”

 

A mensagem fornece alguns indícios sobre a identidade da personalidade e o contexto em que estava envolvida, mas como não pretendo fazer um exercício de interpretação, vamos direto ao ponto. O destinatário era nada mais nada menos que Sigmund Freud. A carta anônima havia sido enviada dos Estados Unidos por ocasião da publicação de Moisés e o monoteísmo (1939), obra controversa que catalisou uma legião de críticos e haters por causa de sua interpretação a respeito do surgimento do judaísmo. Quando recebeu essa carta, Freud contava com 83 anos e havia emigrado para a Inglaterra por conta da nazificação da Áustria. Morreria algumas semanas depois.

 

O episódio vivenciado por Freud nos mostra que os chamados haters não são uma novidade na história da humanidade. Artistas, militantes políticos, escritores e personalidades públicas são objeto de ódio desde muito tempo. No entanto, a internet e as redes sociais tornaram possível que as ofensas e as agressões pudessem ser generalizadas. Evidentemente, isso não explica tudo a respeito dos haters e, muito menos, do cancelamento, mas nos mostra que estamos muito longe de vislumbrar o dia em que o cancelamento e os haters sejam banidos.

 

Quando recebeu a carta daquele estadunidense anônimo, Freud já havia testemunhado diversas críticas dirigidas às teses fundamentais da psicanálise e à sua prática clínica. Muitas dessas críticas eram levadas em consideração por Freud e, depois de sua morte, tem havido bons psicanalistas que se dedicam a ler, comentar e responder às críticas dirigidas contra a sua função. Entretanto, aquela carta não era uma crítica à psicanálise, e sim um ataque ao próprio Freud. Tratava-se de fazer morrer Freud para que os incomodados com suas ideias pudessem finalmente voltar a conviver em paz com sua consciência.

 

A cultura do cancelamento e, mais ainda, o fenômeno dos haters caminham na mesma direção. Apesar de muitas vezes se considerarem bem-intencionados e moralmente superiores, não se trata de levantar um debate ou realizar uma discussão sobre um tema polêmico, e sim de fazer morrer a voz e a palavra daquele que incomoda. Muitas das mensagens dirigidas a Rita von Hunty podem ser incluídas nesse esforço de fazer calar uma voz dissonante no interior da massa, cujo efeito mais imediato é o empobrecimento dos horizontes que possam nos apresentar alternativas para o sufocamento social e político do momento atual.

 

Se levarmos em consideração as declarações de Rita von Hunty, seremos capazes de perceber que o fundamento de sua crítica é cirúrgico. No entanto, sua tática política pode ser um tiro no pé. Se a estratégia é impedir um segundo mandato do atual presidente, a tática que consiste em votar em determinados candidatos à presidência como forma de protesto e manifestação de insatisfação é de um otimismo ingênuo. Rita von Hunty pressupõe não somente que Lula participará do segundo turno das eleições, mas também que haverá segundo turno. Existe alguma garantia de que o atual presidente não seja eleito já no primeiro turno? Apesar das pesquisas dizerem o contrário, tenho minhas dúvidas. No início de 2017, praticamente ninguém aventaria a possibilidade de que o #elenão fosse eleito presidente em 2018. Entretanto, vocês já conhecem a história.

 

Por outro lado, pode ser que o otimismo de Rita von Hunty não seja tão ingênuo – e que eu esteja sendo excessivamente pessimista ou inconscientemente inclinado ao voto útil. Nesse caso, faria todo sentido votar em candidatos mais à esquerda no primeiro turno, reservando para o segundo turno o voto da vitória. Seja qual for a melhor tática, é necessário não perder de vista o cenário político e o retorno do bolsonarismo. Cancelamentos e haters podem trazer alguma forma de gozo, pois sempre colocam seu agente na posição de incorruptibilidade moral, por paradoxal que possa parecer. Mas o moralmente puro é sempre puramente pobre. É capaz de deitar a cabeça no travesseiro dizendo-se para si mesmo “estou quites com minha consciência”, enquanto o mundo se desfaz sem paz.

 

Uma consideração final. Talvez, seja o momento de nos questionarmos se as diferenças no interior da esquerda não precisam ser avaliadas sob uma nova perspectiva. Ao invés de concluirmos que toda diferença gera oposição e divisão – e, portanto, enfraquecimento –, não seria o caso de avaliarmos se, sob determinadas circunstâncias, não seria possível derivar, das diferenças, conjunção e multiplicação? Longe de fixarmos a resistência política em uma única palavra, em uma única ação, por que não fazer deslizar o desejo em diferentes e variadas formas de vida, mostrando que a diferença da esquerda se manifesta justamente por sua relação com a diferença? Um desejo que aponta para a superação da opressão política atual, mas que também aponta para uma subversão indeterminada e infinita a respeito do futuro. Deixo essa questão em aberto.

 

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