10 Mai 2022
Ele lança seu coração para além dos obstáculos - como a guerra na Ucrânia - e fala sobre dois importantes eventos eclesiais e ecumênicos que ocorrerão em 2025, quando ele completaria oitenta e nove anos: Francisco, apesar de estar mergulhado na dramática situação atual, nunca deixa de pensar no futuro.
A reportagem é de Luigi Sandri, publicada por L'Adige, 09-05-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
O Papa está, portanto, pensando nos mil e setecentos anos desde o Concílio de Niceia e no próximo Jubileu, que acontecerá daqui a três anos.
Em relação à guerra, e sempre à espera de uma resposta do presidente russo Vladimir Putin, a quem das páginas do Corriere dela Sera, em 3 de maio, havia expressado seu forte desejo de ir visitá-lo em Moscou, o Papa ontem no "Regina coeli" disse: “Nesta hora muitos fiéis se reúnem em torno da venerada Imagem de Maria no Santuário de Pompeia. Espiritualmente ajoelhado diante da Virgem, confio-lhe o desejo ardente de paz de tantas populações que em várias partes do mundo sofrem a tragédia sem sentido da guerra. À Santíssima Virgem apresento em particular os sofrimentos e as lágrimas do povo ucraniano”.
Mas, apesar de angustiado com a guerra em curso, que vem acontecendo desde 24 de fevereiro, Bergoglio não esquece alguns eventos importantes e bonitos que se destacam no horizonte. Na sexta-feira passada, ao receber a "plenária" do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, destacou: “A vossa reflexão sobre como celebrar de modo ecumênico o 1700º aniversário do primeiro Concílio de Niceia, que acontecerá em 2025, representa uma preciosa contribuição. Apesar dos acontecimentos conturbados da sua preparação e sobretudo do longo período de recepção que se seguiu, o primeiro Concílio Ecumênico foi um evento de reconciliação para a Igreja, que de forma sinodal reafirmou a sua unidade em torno da profissão da sua fé”.
Desejado pelo imperador Constantino, aquele Concílio - que se realizou em 325 numa cidade de que hoje restam poucas ruínas, localizada a cento e cinquenta quilômetros de Istambul - quis erradicar a "heresia" de Ário, um sacerdote que afirmava: o Verbo, lá no céu, é ‘semelhante’, mas não ‘igual’ ao Pai. Em vez disso, a Assembleia de Niceia afirmou que o Verbo é "Deus de Deus, Luz da Luz, da mesma substância que o Pai". Ainda hoje, católicos, ortodoxos, anglicanos e protestantes recitam aquele "Credo". Portanto, a hipótese de celebrarmos, juntos, os 1700 anos desde aquele Concílio.
Em 2025, além disso, haverá o Jubileu, o Ano Santo instituído pelos papas (o primeiro foi em 1300, por obra de Bonifácio VIII; sua periodicidade de 25 anos foi estabelecida no século XV). A última edição, organizada por João Paulo II, foi em 2000. O Jubileu, tempo de grande renovação espiritual, muitas vezes leva a propostas ousadas. Em 1973, em vista daquele de 1975, Giovanni Franzoni, então abade da basílica de San Paolo fuori le Mura, em Roma, denunciou a cumplicidade de órgãos vaticanos com a especulação imobiliária na capital. A proposta, embora evangélica, irritou bastante as autoridades da Cúria Romana; e Franzoni teve que renunciar ao seu cargo. Outros tempos.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
O papa de olho nos eventos de 2025 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU