13 Abril 2022
O Estado do Amazonas tem registrado, em 2022, um recorde atrás do outro quando o assunto é destruição da floresta. Considerado como a nova fronteira do desmatamento, o estado teve, nos três primeiros meses do ano, os maiores índices de alertas desde 2016, quando começou a série do Programa DETER, do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE).
A reportagem é de Cristiane Prizibisczki, publicada por ((o))eco, 11-04-2022.
Em janeiro, o Amazonas registrou 44 km² de áreas sob alerta, número sete vezes maior do que o mesmo período em 2021, quando foram registrados 5,86 km² de desmatamento. Em fevereiro foram 40,49 km² sob alerta, um aumento de 58% em relação ao mesmo período do ano anterior (25,81 km²). Em março, um novo recorde: 106 km² de desmatamento, número 72% maior que o mesmo período de 2021, quando foram gerados alertas para 61,41 km² no estado.
No mês passado, o Amazonas ultrapassou o Pará e encostou no Mato Grosso em termos de área desmatada. Historicamente, os territórios paraense e matogrossense figuram no topo da lista de desmatadores.
Segundo a Sala de Situação da Amazônia (AMS), também do INPE, em março de 2022, o desmatamento no Amazonas foi concentrado em Assentamentos rurais, com 48,7% do total registrado, seguido por Áreas Indefinidas, com 41,3%, áreas inscritas no Cadastro Ambiental Rural, com 9,39% e Unidades de Conservação, com 0,61%.
Em toda a Amazônia Legal, os alertas de desmatamento em março somaram 312,23 km². O número é um pouco menor do que o mesmo período em 2021, quando foram registrados alertas para 367,6 km² de floresta. Mas não há motivo para comemorar: a área perdida no último mês na Amazônia é equivalente a todo território da cidade de Fortaleza e está entre as piores cifras para o mês na série do INPE.
Entre os estados, o Mato Grosso segue na liderança, com 108 km² em alerta. Encostado nele vem o Amazonas, com 106 km²; seguido pelo Pará, com 45 km²; Rondônia, com 37 km²; Roraima, com 13 km²; Acre, com 2 km² de alertas registrados em março; e Maranhão, com 1 km².
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Desmate avança sobre Amazonas, que acumula recordes em 2022 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU