12 Novembro 2021
Três hipóteses que vão de um aumento de 1,5 ° a 2,7 °: para o IPCC-ONU apenas a primeira pode evitar a catástrofe.
A reportagem é publicada por Repubblica, 11-11-2021. A tardução é de Luisa Rabolini.
O que aconteceria se a temperatura da Terra aumentasse em média 1,5 graus nas próximas décadas? E 2 graus? Ou 2,7º ou ainda mais?
Spoiler: o primeiro caso é o único sustentável de acordo com o IPCC-ONU. Os outros logo levariam à deterioração da Terra e de sua habitabilidade, desencadeando migrações, tensões e catástrofes. Aqui estão os três cenários.
O que aconteceria: Em relação ao derretimento das geleiras, o nível do mar subiria "apenas" 48 cm e, em média, seriam 19 dias a mais por ano de calor extremo. 17% da superfície da Terra estaria em risco de chuvas extremas. Mas haveria tempo para desenvolver e melhorar as fontes de energia renovável.
O que fazer: O aumento da temperatura poderia ser limitado a 1,5 ° nestas condições: redução das emissões globais até 2035 e zero em 2050, cumprimento do Acordo de Paris de 2015 e compromissos da COP26 sobre desmatamento, gás metano e os milhares de bilhões de assets privados para a virada verde.
As negociações políticas: “COP26, promessas vagas e phase-out do carvão demasiado distante”, porque a minuta de acordo não agrada aos especialistas.
O que aconteceria: O nível das águas aumentaria 56 centímetros e haveria cerca de 29 dias a mais de calor extremo no mundo por ano e 36% da superfície terrestre exposta a chuvas extremas. As migrações aumentariam significativamente, assim como triplicaria a tendência atual de extinção de espécies animais e vegetais.
O que fazer: Cenário "intermediário", mas muito perigoso, que poderia ser desencadeado também com base no que foi decidido até agora pela COP26de Glasgow e por aquela de Paris. O chefe da Agência de Energia Fatih Birol explicou que se tudo fosse implementado se chegaria a +1,8 graus. Em suma, é preciso fazer ainda mais.
As negociações políticas: COP26 eis a minuta de acordo: renúncia ao carvão e aos subsídios para os combustíveis fósseis.
O que aconteceria: O nível das águas subiria 65cm. Centenas de milhões de pessoas seriam deslocadas porque 80% das grandes cidades do mundo estão na costa. A fome e a desertificação, especialmente na África, causariam uma migração descontrolada e muitas espécies animais desapareceriam. Danos gravíssimos à fauna e flora aquáticas.
O que fazer: Conforme apontado por diversos especialistas antes e durante a COP26, é importante agir imediatamente para limitar as emissões e a poluição causadas pelos combustíveis fósseis, pois nesse ritmo o aumento da temperatura de 2,7 graus já poderia ocorrer até o final do século.
As negociações políticas: Desde 2003, ano do nascimento de Greta Thunberg, a China foi responsável por dois terços do aumento mundial das emissões de CO2 e por 93% do aumento do consumo de carvão. Além de um esforço internacional conjunto, é claro que a cooperação da China é fundamental para evitar o pior cenário.
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COP26, por um grau a mais: cenários futuros com base no aumento da temperatura - Instituto Humanitas Unisinos - IHU